Duas semanas depois da polémica da Gala da Bola de Ouro, devido à ausência de todos os representantes do Real Madrid, ao saberem que Rodri ia ganhar o prémio individual em detrimento de Vinícius Júnior, Nacho Fernández afirmou que teria ignorado a decisão do seu ex-clube.

«Não me vou meter na decisão do clube, o clube terá as suas razões. Sinceramente, eu teria ido à gala. Penso que o problema é que se gerou a ideia de que o Vinícius iria ganhar e não deve ser fácil gerir quando se tem praticamente o prémio nas mãos e no último minuto dizem que não. Deve ser um golpe muito duro. É muito fácil dizer para nós próprios, de fora, 'sim, eu iria de certeza', mas temos de estar lá também», disse, em entrevista ao canal COPE, antes de dar a sua opinião sobre quem merecia a distinção.

«Teria dado a Bola de Ouro ao Vinícius sem qualquer hesitação. Para mim, neste momento, ele é o número um. Estou muito feliz pelo Rodri, como companheiro de equipa, como jogador que é e como bom rapaz que é. Não tiro o mérito ao Rodri, que também mereceu. Escrevi ao Vini e disse-lhe que isto o vai tornar mais forte. Não vi nenhum jogador que tenha sido capaz de ultrapassar tantas dificuldades. Tenho a certeza de que ele vai ganhar o prémio no futuro», garantiu, não se mostrando disponível para regressar aos merengues, apesar dos muitos problemas de lesão do clube, principalmente na zona central da defesa.

«O Real Madrid não me telefonou e se me telefonarem para voltar? Nem sequer pensaria nisso, claro. Tomei uma decisão muito clara, sabendo que voltaria a jogar trinta, quarenta ou cinquenta jogos. Isso não me fez mudar a ideia que tinha na cabeça. Se me chamarem, estou muito feliz aqui. Tenho de sofrer com o Real Madrid como adepto. Não é preciso mentir, ganho muito mais dinheiro aqui do que no Real Madrid. Vim para a Arábia só pelo dinheiro? Não. Queria uma mudança de vida, uma experiência diferente. Não vou discutir com quem diz que vim para cá por dinheiro», explicou, lamentando o facto de não ter sido convocado por Luis de la Fuente desde a conquista do Euro 2024.

«De todos os que ganharam o Campeonato da Europa, o único que ficou de fora devido a uma decisão técnica fui eu. Fiquei um pouco surpreendido. Não falo com De la Fuente desde que ganhámos o Campeonato da Europa. Gostaria muito de ter ido. Parece-me um pouco estranho. Há outros colegas de equipa que mudaram de equipa e de país e continuaram a ir. É uma questão para o treinador, não tive problemas com ele, mas também não falei com ele», finalizou, tendo ainda defendido Kylian Mbappé e Carlo Ancelotti nesta entrevista.