Filipa Patão realizou a antevisão do encontro entre o Benfica e o Sporting, para a Taça de Portugal em Futebol Feminino.

Filipa Patão marcou presença na sala de imprensa, de modo a realizar a antevisão ao Benfica x Sporting, válido pelos quartos de final da Taça de Portugal em Futebol Feminino. A treinadora admitiu que as duas equipas se conhecem bem:

«É difícil surpreender, como é óbvio, mas há sempre nuances em todos os jogos, que são diferentes, seja estrategicamente, seja de opções de jogadoras. Há sempre algo que pode ser alterado, principalmente quando observamos e refletimos sobre aquilo que foi o jogo anterior. Já são bastantes partidas com o Sporting, bastantes jogos que também nos fazem refletir e perceber quais são as debilidades e quais são as forças do adversário. Mas também temos de estar preparados porque o adversário também pode mudar e, estrategicamente, também pode apresentar outras coisas e outras formas de estar no jogo que nos podem criar problemas. Portanto, eu acho que, primeiro que tudo, é dar muita inteligência emocional às jogadoras para que, precisamente, todas as alterações ou todos os momentos menos bons do jogo possam ser ultrapassados».

A técnica assumiu que o último encontro entre o Benfica e o Sporting já ficou para trás:

«Eu tive a oportunidade de dizer na Taça da Liga que o que está para trás não tem qualquer tipo de interferência naquilo que vai ocorrer à frente. São jogos diferentes. Claro que uma equipa que vem de vitórias vem sempre, animicamente, melhor. Mas isso, por vezes, também pode ser perigoso. Porque, às vezes, o conforto excessivo que uma equipa pode criar por vir de vitórias, ou por vir de conquistas, pode criar outro tipo de problemas durante um jogo. Eu gosto de olhar para as coisas como sendo jogos isolados, como não tendo qualquer tipo de interferência naquilo que está para trás. E acho que as jogadoras sabem isso e trabalham dessa forma durante a semana, a pensar que é um jogo completamente diferente, com estratégias possivelmente também diferentes, com jogadoras diferentes, se calhar, dentro do campo, de um lado e do outro. E aquilo que elas fizeram anteriormente não vai entrar em campo. Aquilo que vai entrar em campo é a capacidade que elas têm de resolver os jogos, de decidir durante os jogos, de controlar as suas emoções durante os vários momentos que o jogo vai ter, e, depois, prepararem-se o melhor possível durante a semana. Porque é o que eu costumo dizer: jogamos como treinamos e treinamos como jogamos. E isso é muito importante para uma equipa estar preparada para esses grandes momentos».

Filipa Patão referiu que ainda não conquistou tudo pelo conjunto da Luz:

«O que me move… Eu acho que já tive a oportunidade de responder a uma pergunta semelhante, que tem que ver com a quantidade também de momentos onde não conseguimos ter sucesso. Porque a minha vida aqui no Benfica não foi só feita de sucessos. Esta equipa não viveu só de vitórias, esta equipa também perdeu taças, também perdeu jogos, também tivemos momentos menos bons, como, por exemplo, nesta época, na Supertaça, ou o não acesso à Liga dos Campeões. Portanto, cada ano representa uma história nova, conquistas novas, e a verdade é que nós não conquistámos tudo aqui ainda. A Champions é um desses casos. Portanto, o que me move todos os dias é saber que no próximo ano, ou no próximo dia, ou na próxima semana, eu tenho de ser uma melhor versão daquilo que fui anteriormente. Se nós pensarmos dessa forma, temos sempre um novo objetivo à nossa frente, mesmo que seja num sítio onde já conquistámos tantas coisas. Mas e então? A próxima conquista, o próximo momento, a forma como vai ser, tudo é diferente. Se nós vivermos sempre assim, eu acho que estamos mais próximos de apresentar sempre uma melhor versão nossa, e se calhar podemos ir mais longe e com novas conquistas».