Se é certo que o futebol pode proporcionar uma ascensão meteórica para os maiores talentos do mundo, também pode ser um 'abismo' para aqueles que, por um ou outro motivo, acabam por não vingar na carreira. O 'Globo Esporte' dá, esta quinta-feira, conta da história de Leandrinho, médio brasileiro de 24 anos que já passou pelo Desportivo das Aves e que chegou a atuar ao lado de Vinícius Júnior no Flamengo - na altura, com a camisola número 10 - e, hoje em dia, representa clubes amadores em campeonatos de fim-de-semana, enquanto o extremo rumou ao Real Madrid em 2018 e, desde então, tem sido uma das grandes figuras dos merengues.

"É difícil, porque vemos o que poderia ter acontecido. Estava ali ao lado, próximo. Fico meio chateado por isso. Mas infelizmente a vida é assim. Às vezes as escolhas que fazemos não correm bem, é normal. O que tiver de acontecer, vai acontecer. A minha cabeça está tranquila. Se não deu certo ainda, pode ser que dê. Senão, vou ter de arranjar algo para fazer", analisou Leandrinho, que atualmente joga, aos fins-de-semana, em campeonatos amadores, onde consegue arrecadar entre 350 e 400 reais por cada um, o equivalente a cerca de 60 euros.

"Hoje, a minha Bola de Ouro seria aparecer uma proposta para ir para fora do país. Não precisa de ser uma proposta exorbitante, seria apenas para abrir as portas para conseguir um clube e voltar ao cenário do futebol. A 'várzea' [futebol amador] está a proporcionar muita coisa boa, há vários ex-jogadores na mesma situação. O dinheiro tem de entrar, temos de nos safar de alguma forma. Graças a Deus isto ajuda-me bastante, não tenho nada a reclamar. Mas claro que continuo à espera de uma oportunidade. Treino de manhã, à tarde e esforço-me a semana inteira. Se o futebol é injusto? Em algumas partes, acho que pode ser. Às vezes estás ali a dedicar-te e vês que há um amigo que não se está a esforçar tanto. Então ficas meio chateado, vemos a injustiça a acontecer", garantiu.