Portugal defronta, esta sexta-feira, a Chéquia na primeira mão do derradeiro play-off de acesso ao Campeonato da Europa de 2025. Esta quinta-feira foi, por isso, de antevisão ao embate perante a congénere checa, que está agendado para as 19h45, no Estádio do Dragão.

Na sala de imprensa do estádio do FC Porto, o selecionador nacional, Francisco Neto, elogiou o trajeto das adversárias e alertou para a dificuldade do desafio. O treinador português espera uma eliminatória muito equilibrada e definida nos detalhes.

Francisco Neto em discurso direto

Antevisão: «Será um jogo bastante bem disputado, muito competitivo. A Chéquia é uma equipa que vem de um trajeto na Liga A onde em todos os jogos foi muito competitiva. Venceu, nesse trajeto, a campeã do Mundo, Espanha. Têm um misto de jogadoras experientes e mais novas, com muita irreverência e qualidade técnica e tática. Será um jogo que nos vai obrigar a estar ao melhor nível e para isso que estamos a preparar as jogadoras. Será um jogo onde temos de estar muito concentrados durante 90 minutos, porque sabemos, e já tivemos essa experiência, que os jogos de play-off se marcam nessa diferença.»

Ano civil com 90 por cento de vitórias: «Não é algo a que nos agarremos. É uma informação que nem partilhámos com as jogadoras. De nada nos vale estas nove vitórias e um empate se não formos competentes em dois jogos. Não chega sequer ser competente apenas num jogo. Temos de ser competentes nos dois jogos e sair desta dupla jornada com o apuramento garantido. Aí sim, poderemos desfrutar.»

Diferenças em relação ao confronto em fevereiro: «A Chéquia é praticamente igual em relação ao jogo de fevereiro, mas num momento diferente. Jogos particulares, com muitas jogadoras nessa altura no início do campeonato, porque o campeonato checo tem uma calendarização diferente. Nós também estávamos diferentes, porque optámos por fazer muita rotação de jogadoras e implementámos um sistema novo. Acho que vai ser um jogo completamente diferente. Os níveis de concentração, de pressão e stress são sempre diferentes. A equipa que melhor conseguir controlar os aspetos emocionais estará mais próxima de vencer.»

«Não há jogos que se ganham nos primeiros 15 minutos. Há jogos que se podem perder nos primeiros 15 minutos, mas ganhar acho complicado. Nós entrámos bem, surpreendemos a Chéquia nesse dia, mas depois disso ainda sofremos um bocadinho. A Chéquia ainda criou oportunidades na primeira parte e podia ter levado outro resultado para o intervalo. Depois corrigimos, melhoramos a nossa organização defensiva e estivemos mais equilibrados. Cada jogo tem a sua história, este vai ser completamente diferente do jogo de fevereiro. Temos, acima de tudo, de entrar fortes e de ter a capacidade para estar fortes durante 90 minutos. Isso é que vai marcar a diferença e vai-nos obrigar a ser fortes com bola e fortes sem bola.»

Preparação das jogadoras: «Cabe-nos a nós, enquanto equipa técnica, dotar as jogadoras de todos os cenários possíveis que sentimos que podem acontecer nesta dupla jornada. Depois da análise à equipa adversária, percebemos a forma como a Chéquia ataca, como defende e como transita e tentámos passar isso às jogadoras. Reconhecemos que o padrão de problemas que a Chéquia consegue colocar é diferente do padrão que encontrámos na Liga B. Foi isso que passámos às jogadoras. Nós, na Liga B, fruto da nossa capacidade, pouco tempo passámos em organização defensiva. Fomos muito fortes no momento de transição.

A Chéquia jogou com a Espanha, a Dinamarca e a Bélgica e em todos esses jogos conseguiu ter bola e obrigou essas equipas a ter que defender e a passar algum tempo sem bola. Felizmente, temos um grupo de jogadoras muito estáveis, que estão connosco há muitos anos. A Ana Borges tem mais internacionalizações do que eu jogos na seleção A. Isto é construído como um grupo. Claro que nós, enquanto treinadores, passamos informação, mas também damos liberdade para que as jogadoras, com a sua experiência, ajudem as mais novas a vivenciar isso.»