
O jogo esteve longe de ser muito atrativo, mas houve alguma festa da Taça - trazida pelas gentes de Santo Tirso - e o Benfica confirmou o esperado favoritismo, vencendo o Tirsense por 4-0 e carimbando a passagem para a final da Prova Rainha. Teremos dérbi lisboeta no Jamor.
Era altura de decidir o último finalista da Taça e o Benfica estava praticamente com os dois pés no Jamor, depois da vitória na 1ª mão (0-5). Precisamente por isso, Bruno Lage implementava uma rotação profunda e mantinha apenas no onze inicial António Silva e Florentino Luís. Do outro lado, por sua vez, o treinador do Tirsense, Emanuel Simões, apostava no habitual onze inicial, para esta despedida da prova, depois de uma performance histórica.
Gerir até ao erro
Tendo em conta o horário e dia da semana nada convidativo, o Estádio da Luz apresentava uma moldura composta - embora longe das melhores casas da época -, mas o que mais chamava a atenção era o setor visitante, onde o Tirsense colocava cerca de três mil adeptos. Os Jesuítas não se acanhavam no apoio à sua equipa e iam subindo de tom quando o Tirsense se mostrava atrevido com bola, especialmente pela esquerda, embora quase sempre em iniciativas individuais. Chegaram, de resto, à área do Benfica, mesmo que sem grande perigo.

Do outro lado, por sua vez, havia um Benfica num ritmo relativamente baixo, aproveitando para ter bola - como esperado - com o bloco baixo dos de Santo Tirso (quando sem posse, quiçá para não ficar na história por outros motivos). Contudo, notava-se a esperada alta de entrosamento entre elementos encarnados e os comandados de Bruno Lage iam vivendo de arrancadas e combinações de Schjelderup, Bruma (a espaços) e Tiago Gouveia.
Longe de uma grande 1ª parte, as águias assumiram o controlo do jogo, sempre no tal ritmo baixo, e ainda conseguiram criar algumas chances. Barreiro foi o primeiro a assustar, com um remate ao poste, mas no último quarto de hora surgiram as melhores chances. Tiago Gonçalves ainda impediu uma grande oportunidade de Arthur Cabral, aos 31', mas, nos descontos, acabou «traído» por um golpe de vista, num canto, e permitiu a António Silva inaugurar, por fim, o marcador.
Melhorias para as estreias
O intervalo permitiu ao Benfica entrar mais focado na pressão - com Florentino Luís e Leandro Barreiro mais subidos - e isso notou-se pelo menor atrevimento do Tirsense a partir das alas. Isto permitiu aos encarnados assumir-se, por fim, mais mandões e, assim, circular mais junto da área adversária, até porque os forasteiros foram recuando.

Aproveitando o contexto do jogo, Bruno Lage começou a rodar ainda mais a equipa e, aos 61', além de dar minutos a Amdouni e Prestianni, promoveu a estreia absoluta do jovem João Veloso na equipa principal - foi-se mostrando confiante e atrevido com bola no último terço. Aproveitando esse crescimento, o Benfica acabou por ampliar, com alguma naturalidade, aos 74', por Bajrami (estreia a marcar na equipa principal), na sequência de um canto.
Mantendo o momentum, quatro minutos depois, foi a vez de Samuel Soares desmarcar Tiago Gouveia na direita e este servir Belotti para um golo fácil. Com os astros todos alinhados, Lage continuou a senda de estreia e permitiu a André Gomes e Hugo Félix os primeiros minutos na equipa principal. Até final, novamente num canto, Leandro Barreiro ainda fixou o resultado final nos 4-0.
Confirma-se, assim, o cenário mais «esperado» para este encontro e teremos dérbi lisboeta na final da Taça de Portugal, entre Benfica e Sporting, no próximo dia 25 de maio.