A antevisão de Martín Anselmi, treinador do FC Porto, ao encontro frente ao AFS, agendado para este sábado (18h00), a contar para a jornada 26 da Liga Portugal Betclic.

Importância de voltar ao Dragão e perigos que o AFS pode representar: «De nove jogos, só em três pudemos estar em casa. São muito poucos jogos. Quantas mais vezes estivermos em casa, melhor para nós. É importante voltar a jogar em casa. Em relação ao adversário, está renovado com a mudança do treinador, que é forte nas bolas paradas e nas transições pelos flancos. É um adversário duro, temos de respeitar muito o AFS e a forma como joga. Temos de estar preparados para as possíveis transições que vão querer lançar e estar o maior tempo possível no meio-campo adversário.»

Contestação no Dragão após derrota em Braga: «A mensagem para os adeptos é que acreditem. Tenho claro o clube que estou a representar e o trabalho que estamos a fazer. Creio muito nos jogadores e no que somos capazes de fazer. Sabemos no que temos de melhorar e sabemos o que estamos a fazer bem. Mas também sabemos que precisamos dos adeptos. Como já disse em algum momento, fui adepto do meu clube e o adepto é como a mulher mais difícil, não te vai dar amor só porque sim. É preciso conquistá-la e eu gosto disso. Mas sabemos que precisamos deles e temos de os conquistar. Estamos todos juntos.»

Jogadores continuam abertos à ideia de jogo: «O sistema não é o mesmo que o modelo de jogo. O sistema é a disposição dos jogadores no relvado. O modelo é como fazemos as coisas. E como as fazemos, eu não vou mudar. O que fazemos é tentar controlar o jogo com a bola, e julgo que isso nos falta, e tentar recuperar a bola o mais depressa possível. Por vezes, não podes pressionar o jogo todo, que é o que gostaria de fazer, porque para pressionar, tens que saber ter a bola. Temos que controlar o saber ter mais a bola, para poder controlar o jogo com ela e não a defender. Isso é o modelo de jogo. O sistema é outra coisa. Com que sistema atacou o FC Porto contra o SC Braga? Não atacámos com três defesas. Estejam atentos. Atacámos com o Otávio a defesa esquerdo e o Martim a defesa direito. Na segunda parte, sim, atacámos com três, porque o Varela se colocou no meio dos centrais em alguns momentos. Nas questões do modelo, sim, estamos de acordo. Há que melhorar.»

Trabalho na vertente ofensiva: «Remates à baliza não contam. Não conta se foi um ou se foram mil. Se o Diogo Costa chutar com força e a bola chegar lá, vão contar como um remate. Remates à baliza não é um dado. O dado é quanto perigo gera esse remate. Aí sim, estamos de acordo: pouco. Pouco perigo. Temos de melhorar e estamos a trabalhar para melhorar.»

Declarações de João Mário sobre a equipa estar a melhorar no treino e não transportar para jogo: «Treinar e jogar não são o mesmo. Estamos a ver coisas boas nos treinos, estamos a ver coisas a crescer, mas temos de as levar para dentro do campo. A minha resposta para isso é que os jogadores o vão fazer este fim de semana. Sei que o vão fazer, acredito muito neles. Para melhorar, na minha opinião, é preciso ser valente, porque tens de ter a humildade para reconhecer que não estás a fazer alguma coisa bem. Era mais fácil dar desculpas. Se tivermos a valentia de olhar para nós e admitir que temos de melhorar, já demos o primeiro passo. Depois é preciso ter valentia para aguentar a ansiedade e a frustração. Quando aprendes a tocar guitarra e ainda não sabes, na semana seguinte destróis a guitarra com a frustração. Portanto, tens de passar pela frustração de continuar a tocar porque é isso que queres fazer. Agora temos de dar o show, porque já sabemos tocar guitarra, mas temos de tocar a canção. É o passo que falta.»

Terceiro lugar é objetivo suficientemente motivador e para que servem os últimos nove jogos do campeonato: «Servem para competir. Do primeiro ao último. Como disse, ganhar ao adversário e ganhar a nós mesmos para sermos melhores em cada um dos nove jogos que faltam. É para isso que servem.»