João Pinheiro esteve, esta semana, numa escola profissional de Braga, onde falou da sua experiência enquanto árbitro perante cerca de 150 alunos. O juiz internacional filiado na AF Braga explicou como se aventurou neste ramo.

"Adoro futebol, joguei futebol, mas não tinha grande jeito. O cartão de árbitro permitia-me ver jogos gratuitamente. Experimentei, gostei e fiquei até hoje", disse, em declarações reproduzidas pelo site da AF Braga. "Errar é normal, faz parte do jogo e do trabalho. Tenho que ter a capacidade de esquecer os momentos menos bons, como um pedido de revisão de jogada, e manter o foco em fazer bem", apontou ainda.

Sobre o ambiente dos grandes jogos, Pinheiro destacou que o ruído das bancadas é tanto que consegue abstrair-se: "Num estádio cheio não oiço nada. Estou focado no meu trabalho, na exigência do que estou a fazer. Os insultos são um problema cultural. Acontece em Portugal, Espanha, Grécia, Turquia, mas não acontece nos países nórdicos. Mas o facto de ser cultural não deve normalizar algo que não está correto. Iniciativas como esta também pretendem sensibilizar para o bom comportamento na bancada e fora dela. Não faz sentido um árbitro precisar, em determinado momento, de proteção social".

"Durante o jogo a experiência é espetacular. Sou mesmo muito feliz. São 90 minutos nas nuvens, a viver o momento. Não se explica! A arbitragem tem-me dado oportunidades únicas de conhecer tantos países, tantos estádios, de ver jogar, diante de mim, alguns dos melhores jogadores do mundo. Não é monótono em momento nenhum", afirmou ainda João Pinheiro, que foi o árbitro melhor classificado na época passada no escalão principal.