O Estrela da Amadora venceu o Moreirense por 2-1. José Faria e César Peixoto analisaram o jogo e responderam ao Bola na Rede.

O Estrela da Amadora derrotou o Moreirense por 2-1 na sétima jornada da Primeira Liga. No final do encontro, José Faria, técnico do tricolor da Reboleira, e César Peixoto, treinador dos cónegos, responderam à questão do Bola na Rede na conferência de imprensa.

Bola na Rede: Com Filipe Martins, e o próprio treinador reconhecia, o Estrela da Amadora tinha algumas dificuldades em chegar rapidamente à área contrária e em criar perigo, mastigando muito os ataques. O que procurou trazer de novo à equipa em busca de maior vertigem e ameaça?

José Faria: Se não soubesse que não era possível diria que esteve a ver os nossos treinos durante a semana. Efetivamente a análise está corretíssima e eu fiz a mesma leitura. Éramos uma equipa com qualidade na saída, no primeiro terço. Construíamos bem, mas faltava ferir o adversário e ser mais verticais, como falou. Foi isso que tentámos com a entrada do Jovane Cabral, principalmente, pedimos ao [Diogo] Travassos para nos dar jogo exterior e permitir ao Alan Ruiz jogar por dentro. Sabíamos das dificuldades do Moreirense na proteção do espaço lateral-central e procurámos atacar esse espaço com os nossos médios em ruturas. Foi um bocadinho por aí. Sabemos que temos três homens da frente com características todas elas muito diferentes. O Rodrigo Pinho não tem nada a ver com o Kikas e quando o temos em campo somos uma equipa capaz de ferir o adversário em profundidade. Foi isso que aconteceu e marcámos dois golos e ainda tivemos uma bola do Kikas que podia ter feito o 3-0 na primeira parte. Correu como pretendíamos.

Bola na Rede: O Estrela da Amadora conseguiu criar perigo através de bolas na profundidade procurando diagonais mais curtas, como no primeiro golo, ou mais longas, como no segundo. O que falhou na estratégia do Moreirense neste parâmetro?

César Peixoto: Sim, o Estrela da Amadora com um jogo mais direto num 4-3-3 com um médio sempre a atacar as costas e o avançado a fazer a diagonal nas nossas costas. Faltou cobrir a bola, controlar melhor a profundidade, mas sobretudo faltou entrarmos focados e competitivos. Sabíamos que isto ia acontecer e não conseguimos entrar com a intensidade de jogo que era preciso e acabámos por sofrer dois golos. O segundo golo acaba por ser mais um erro na perda de bola. Uma perda de bola por dentro, nós queríamos ir por fora e não por dentro, estávamos avisados em relação a isso. Mas foi uma perda de bola que nos dá uma transição quando a equipa estava a abrir para jogar e não estava preparada para a perda de bola e estava segura. Perdemos a bola na zona central e o Estrela da Amadora aproveitou numa transição ofensiva. Mais uma vez um erro individual nosso acaba por custar caro. São erros que estão a acontecer demasiadas vezes e temos de corrigir. Temos de ser mais maduros no momento de ter bola, mais seguros, mais competitivos e mais intensos. Acabámos por pôr em causa um jogo que sabíamos ser difícil. O Estrela da Amadora acaba por se bater bem, ser forte nos duelos e gerir o resultado à sua maneira. Respeito, embora com muitas paragens que quebraram muitas vezes o jogo e a nossa equipa acabou por não conseguir bem e o jogo foi decidido pelos primeiros 20 minutos.