José Faria continua a ser treinador do E. Amadora, estando a liderar uma comissão técnica para assegurar a transição na sequência da saída de Filipe Martins. Na conferência de lançamento do jogo da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal frente ao Anadia, o treinador foi questionado sobre a sua continuidade. 

"Não iria aceitar esta continuidade se não tivesse abordado os jogadores e não achasse que eles confiavam na mensagem. Como a resposta foi positiva decidimos continuar", destacou o técnico, sem esquecer: "O presidente [Paulo Lopo] passou-nos confiança na continuidade, pelo menos nesta fase, por confiar no trabalho. Por achar que nós de alguma maneira estaríamos a evoluir no processo. Desde o primeiro dia que nós chegámos até hoje houve aqui evoluções significativas do ponto de vista das ligações e do espírito de grupo, com a equipa mais alegre e com mais cumplicidade".

E acrescentou: "Ouvi várias notícias que é um jogo, dois, três... No meu quarto tenho uma figura com os jogos, vou pondo um 'x' no jogo que vai passando para ver quando é que termina, mas não penso nisso. Penso no dia a seguir. Neste momento penso no Anadia, só no Anadia. Tenho que pensar se vamos treinar segunda-feira ou não. Se ganharmos ao Anadia, não treinamos. Se não correr bem, eles já sabem que temos que treinar", partilhou José Faria, sublinhando que não equaciona se é um treinador a prazo ou não: "Os treinadores estão sempre de malas feitas". 

Quanto à eliminatória da Taça Portugal frente ao Anadia, o técnico dos tricolores sublinha a importância de honrar os pergaminhos do clube na prova rainha do futebol português. "É um jogo de enorme responsabilidade para nós porque o Estrela é uma equipa que historicamente está ligada a esta competição pelo sucesso que teve no passado e pela grandeza do clube. Os jogadores sabem que é o tal jogo em que temos tudo a perder e nada a ganhar. Tendo em conta o nosso plantel e o facto de sermos de primeira liga temos que encarar este jogo com a obrigação de ganhar", enalteceu. Numa competição em que já ergueu o troféu na temporada de 1989/90, o Estrela de Amadora procura sempre chegar a uma fase adiantada. "As nossas ambições é jogo a jogo tentar chegar o mais longe possível", avançou o técnico.

José Faria é defensor de que "os clubes de divisões inferiores devem beneficiar do fator casa, em confrontos com os emblemas primodivisionários, nesta fase da Taça de Portugal" e crítico quanto às meias-finais disputarem-se a duas mãos porque diminui as hipóteses de equipas de menores recursos baterem o pé às mais fortes em dois jogos: "A meia-final a duas mãos não deveria acontecer, normalmente são equipas de primeira liga que chegam lá e uma equipa de dimensão inferior normalmente em 10 jogos vence um a uma equipa superior pelo que os dois jogos reduzem a probabilidade duma equipa de escalão inferior chegar à final. Sou a favor de tudo o que possa equilibrar os pratos da balança e dum sorteio puro e duro a bem da valorização da prova. Não fazia mal que as equipas do primeiro escalão tivessem que ir jogar ao Rabo de Peixe logo a partir da primeira ronda", deu o exemplo.

Atirando ainda relativamente ao adversário de estreia na presente edição: "O Anadia não tem nada a perder, é uma equipa que está super motivada e que vem dum bom momento desde que mudou de treinador. Tem tido bons resultados, já participou nesta prova ainda durante esta epóca e já está na terceira eliminatória, independentemente de ser um registo diferente já sabem o que é jogar para a Taça de Portugal e o que é ter, mesmo inconscientemente, a sensação dum jogo a eliminar, que é algo que nós não sabemos".

Sendo perentório que "a equipa não irá jogar num sistema táctico de 4x3x3", sem querer revelar qual será a disposição da sua equipa em campo, adiantou ainda que irá entregar a defesa das redes a Francisco Meixedo, que se irá estrear pelos amadorenses, e que Jovanne ficará de fora depois do compromisso pela sua seleção. "Falei com o Meixedo, que é o segundo guarda-redes no campeonato, em termos de hierarquia, caso algo aconteça ao Bruno Brígido e que na Taça será ele a jogar enquanto eu estiver no comando técnico. Miguel Lopes, Ferro e André Luiz estão de volta à concovatória e podem ser opção, enquanto que o Jovane [Cabral] chegou todo amassado. Fez jogos em sintéticos, estamos a falar dum jogador que não competia há muito tempo e vem de viagens longas. Achámos por bem geri-lo. Ele queria jogar, pressionou para jogar, mas precisamos dele mais à frente. Não vai a jogo mas vem cá trabalhar no fim-de-semana", finalizou.

Refira-se que Dramé está quase a voltar ao lote dos disponíveis e que a convocatória para o jogo deste sábado terá algumas novidades e outros regressos entre os quais o do guarda-redes Marko Gudzulic.