As Ligas Europeias de futebol e a Federação Internacional das Associações de futebolistas (FIFPro) vão apresentar à Comissão Europeia uma queixa conjunta contra a FIFA, face ao congestionamento unilateral dos calendários.
O avanço para a via legal ocorre depois de vários alertas dirigidos em maio ao organismo do futebol mundial, para que refletisse sobre aquilo que as Ligas Europeias – organismo presidido por Pedro Proença - e a FIFPro entendem ser um “abuso inerente”, com o alargamento do Mundial e do Mundial de clubes.
“O calendário internacional de jogos está atualmente saturado e é insustentável para as Ligas nacionais e para a saúde dos jogadores. As decisões adotadas pela FIFA favoreceram as suas próprias competições e interesses comerciais”, expressou o comunicado conjunto das Ligas Europeias e FIFPro.
Na mesma nota referem, que a FIFA “negou-se sistematicamente a incluir as Ligas nacionais e os sindicatos de jogadores no processo de tomadas de decisão” e que existe uma oposição a um calendário definido “de forma unilateral”.
“A ação judicial é agora o único passo responsável para que as Ligas Europeias e os Sindicatos dos Jogadores protejam das decisões unilaterais da FIFA o futebol, o seu ecossistema e a sua força de trabalho”, adiantam.
Esta ação, que pretende demonstrar que a conduta da FIFA infringe as regras da União Europeia, com abuso de posição dominante, decorrerá em paralelo com ações interpostas no tribunal de comércio de Bruxelas pela Liga espanhola e pelos Sindicatos de jogadores de Inglaterra, França e Itália.
Entretanto, a FIFA reagiu às intenções das Ligas e FIFPro, lembrando que o atual calendário “foi aprovado por unanimidade do Conselho da FIFA, formado por representantes de todos os continentes, incluindo a Europa, e após consulta abrangente e inclusiva da FIFPro e das Ligas”.
A FIFA acusa também algumas Ligas europeias, “elas próprias organizadoras e reguladoras de competições, de agirem por interesse comercial, com hipocrisia e sem consideração por todos os outros no mundo”.
“Essas Ligas, aparentemente, preferem um calendário repleto de jogos particulares e digressões no verão, envolvendo muitas vezes viagens pelo mundo”, criticou o organismo, acrescentando que é seu dever “proteger os interesses gerais do futebol em todos os lugares”.