Luis Enrique está a cumprir a sua segunda temporada no PSG, sendo que a primeira correu muito bem, principalmente a nível nacional, onde a equipa venceu as três competições, tendo chegado ainda às meias-finais da Liga dos Campeões, onde foi eliminada pelo Dortmund.

Numa entrevista à Movistar+, o espanhol recordou as conversas que teve com a direção parisiense, onde propunha uma mudança estratégica antes de assumir o comando técnico do clube: «Quando fui contratado, foi preciso convencer os responsáveis, o presidente e Luís Campos de que este é o caminho certo a seguir. Com os jogadores anteriores, eu não teria vindo. Não precisavam de mim para isso. Vim porque as circunstâncias eram as que eu queria que fossem. Eu disse… ‘se há estes jogadores, eu venho’, mas com total liberdade. A ideia era voltar ao caminho certo. Vamos tentar, no futuro, não pagar quantias exorbitantes por jogadores que não têm esse preço. Não é bom nem para o jogador nem para a saúde desportiva. No ano passado, tive um desafio com o Mbappé, que era o de fazer sobressair a sua melhor versão e ganhar títulos. Fizemo-lo. Agora mudámos o modelo de jogo. Estamos a tentar maximizar a versatilidade deste plantel», começou por dizer, antes de elogiar o francês e desejar-lhe tudo de bom no Real Madrid.

«No caso do Kylian, encontrei um jogador maravilhoso e uma pessoa de um nível excecional, como raramente se encontra quando se chega e se vê um jogador deste nível humano, afetuoso e acessível, um jogador maravilhoso. Que pena ter ido para Madrid! Sobretudo para nós, na altura, mas a vida também faz parte do jogo. Boa sorte para ele. Não tenho nada a censurar-lhe, estávamos condicionados pela sua saída. Tentámos sempre melhorar as suas virtudes e disfarçar os seus defeitos. Ele foi sempre muito educado e respeitador. Tal como o seu irmão e os seus pais», garantiu, falando, de seguida, sobre a obsessão da conquista da liga milionária e recordando a eliminatória com a Real Sociedad, nos oitavos de final da competição.

«A ilusão de ganhar a Liga dos Campeões no PSG corrói-nos. Se a Real Sociedad se tivesse adiantado no marcador, talvez não tivéssemos vencido o jogo. O Marquinhos reconheceu que o treinador nos colocou no nosso lugar no intervalo. Esse é o meu trabalho. Ajudar a minha equipa quando ela está em dificuldades. Gosto de contribuir nos momentos difíceis. É preciso sempre tentar encontrar a mensagem certa para os jogadores. Uma coisa muito importante para um treinador, e trabalhamos para isso, é que as mensagens ao intervalo sejam as que a equipa precisa e não o treinador. Temos sempre críticas», explicou, recordando ainda a fase seguinte, os quartos de final frente ao seu Barcelona.

«Foi horrível. Voltar a casa contra o clube que mais me deu como jogador e treinador foi horrível para mim e para a minha equipa. Tínhamos merecido mais na primeira mão, perdemos e houve muitas críticas contra mim que também acabaram por chegar à minha família, mas a minha relação com o Barcelona é única. Sinto-me muito querido pelo clube e pelos adeptos. Não consigo imaginar uma final contra o Barcelona. Espero que não voltemos a jogar contra eles esta época», finalizou.