O Sporting (ainda) de Rúben Amorim igualou o melhor arranque de sempre, com 11 vitórias, um feito que ainda pertencia ao plantel de 1990/1991. Ultrapassar esse registo, ou não, já terá o registo de João Pereira que, diante do Santa Clara (jogo no dia 30), se estreará na prova com os açorianos. Um arranque fantástico, com uma fasquia elevadíssima mas que não é sinal de sucesso. Que o diga essa mesma geração de 1990 que chegou a esse patamar mas acabou no terceiro posto.
Esse o mote para A BOLA chegar à conversa de Luisinho, antigo internacional brasileiro, um dos centrais mais talentosos que passaram por Alvalade. Hoje com 66 anos, era, aos 32, um dos pilares da defesa sportinguista.
«Ganhamos os primeiros 11 jogos naquele ano mas não o campeonato porque faltou plantel», diagnosticou o internacional brasileiro em 34 ocasiões, cinco das quais no Mundial de Espanha, ao serviço da mítica seleção do Brasil de 1982. «O Sousa Cintra era um presidente malucão, como sabemos, era um bom gestor mas entendia pouco de futebol, talvez tenha faltado na ocasião um diretor de futebol para construir um plantel mais forte», prosseguiu.
O Sporting acabou em terceiro, longe do campeão Benfica e do vice FC Porto, e eliminado da Taça UEFA nas meias-finais, aos pés do Inter.
«Não valeram de nada aquelas vitórias iniciais, com lesões e castigos faltou-nos mais plantel e, além disso, mais foco por estarmos em duas provas com muitas ambições, uma pena porque havia ótimos jogadores e bom treinador», disse, lembrando o talento que existia: «O Marinho Peres era o treinador, falava a linguagem do boleiro, entendia-nos bem, depois havia Ivkovic, Carlos Xavier, ‘jogadorzaço’, Oceano, um gigante que eu nunca vi ninguém correr igual na vida, Venâncio, Litos, Gomes e o Cadete na frente, os brasileiros Douglas e Careca mas depois havia pouco banco, estavam a chegar o Peixe e o Figo, mas ainda jovens».
O primeiro deslize, à 12ª jornada, surgiu no primeiro jogo, um empate (2-2) em Chaves, em que Luisinho não jogou... «Sofri uma lesão na coxa esquerda. Mas agora não, se sai alguém, há peça de reposição de enorme valia, o plantel é muito bom, aquele sueco [Gyokeres] é muito dinâmico, muito focado nos golos, muito bom e lá atrás o Diomande é bom, não brinca em serviço, faz o que precisa ser feito», elogiou.
O Marinho Peres era o treinador, falava a linguagem do boleiro, entendia-nos bem, depois havia Ivkovic, Carlos Xavier, ‘jogadorzaço’, Oceano, um gigante que eu nunca vi ninguém correr igual na vida, Venâncio, Litos, Gomes e o Cadete na frente, os brasileiros Douglas e Careca mas depois havia pouco banco, estavam a chegar o Peixe e o Figo, mas ainda jovens
Aliada a esse objetivo, uma barreira única na história dos leões, está uma mudança de... treinador, algo que Luisinho também destacou,
«Amorim tinha de ir. É uma oportunidade para ele, acredito que o Sporting mantenha o mesmo padrão de jogo, com um futebol muito desenvolto, com o substituto João Pereira. Mas tenham foco e não esqueçam que cada jogo é uma final», prosseguiu. Reformado, Luisinho ocupa-se hoje da gestão dos seus negócios na área imobiliária e só vê futebol «pela televisão».