A posição de Salomé Afonso não era prometedora à entrada para a última volta. Depois de ter andado na segunda posição, parecia começar a titubear. Estava em quarto lugar antes do derradeiro contorno à pista coberta de Nanjing. No entanto, ensinou-nos a vice-campeã da Europa, nunca se pode perder a esperança na sua ponta final. Se são 1.500 metros, são 1.500 metros.

A complicada terceira eliminatória não a deixou em má acompanhada. A etíope Dirbe Welteji dominou. Seguiu-a a norte-americana Heather McLean. Depois, apareceu Salomé a formigar entre as adversárias mais altas, arrebatando o último lugar de qualificação para a final, soprando a canadiana Lucia Stafford do posto que ocupava a poucos centímetros do traço branco.

No masculino, a malha era mais estreita. Apenas os dois primeiros das quatro eliminatórias seguiam adiante. Isaac Nader corria na última e queria rapar as sobras. Assim o fez. Com 4:02.75, marca ligeiramente inferior aos 4:02.68 do espanhol Mariano García.

ANDRES MARTINEZ CASARES

Nader esteve discreto no começo das sete voltas. O pantagruélico youtuber Adam Frogg ia cabeceando o vento. O português tentou fazer o que Jakob Ingebrigtsen tinha feito numa das corridas anteriores: vir da traseira do grupo e dar um esticão arrebatador. A outra escala, a estratégia resultou. Aqueles quase 29km/h que atingiu mantiveram-no na liderança mesmo perante o desespero do queniano Festus Lagat.

A final dos 1.500 metros masculinos realiza-se este domingo, às 12h15 portuguesas. Pouco depois, às 12h28, discutem-se as medalhas da vertente feminina da mesma distância, onde Salomé Afonso chega com a pior marca das apuradas (4:13.39). A britânica Georgia Hunter Bell (4:09.21) foi quem dominou as eliminatórias. Isaac Nader é igualmente o atleta que leva menos credenciais de uma qualificação encabeçada por Neil Gourley (3:36.60).