«Temos de jogar bem, ao nosso melhor nível. O normal ou razoável não chega.» Esta é a convicção de Mário Gomes, sabendo que nada pode falhar para, esta sexta-feira, a Seleção ter hipótese de bater a Eslovénia, campeã Europeia em 2017, no embate da 3.ª ronda do Grupo A de qualificação para o EuroBasket 2025.
Com os eslovenos a serem a única seleção invicta e os linces na 3.ª posição (1 v-1 d), em igualdade com Israel (3 pts), pelo discurso do selecionador o confronto no Complexo Cidade de Almada (19h) promete emoção e equilíbrio entre duas formações que, na sua essência, procuram o mesmo estilo de jogo.
Temos de estar bem dos dois lados do campo, no basquete é assim mesmo, não chega atacar bem ou defender bem. É preciso atacar bem e defender bem.
«Temos de estar bem dos dois lados do campo, no basquete é assim mesmo, não chega atacar bem ou defender bem. É preciso atacar bem e defender bem. Sabemos que se trata de um adversário forte, mas estou confiante de que possuímos capacidade para competir contra eles. E como digo sempre aos jogadores: tendo capacidade para competir, podemos sempre ganhar», sublinhou o homem que liderar a Seleção há 12 anos, após o final do treino desta quinta-feira.
«O que é que vai acontecer não sabemos. Aliás, segunda-feira voltamos a defrontá-los [em Koper] e de certeza que o jogo será diferente. Agora, o que podemos fazer e fizemos é preparar-nos o melhor possível e estarmos em condições de competir. Estou convicto que vamos competir de igual para igual e temos chances de ganhar», reforça.
Vamos para o encontro com esta convicção, confiança e sabendo que para atingir o objetivo, que é estar na fase final do EuroBasket do próximo ano, neste momento dependemos só de nós.
«Na minha opinião, e pode até nem parecer, neste grupo qualquer equipa tem hipóteses de ganhar a uma das outras três, por isso vamos para o encontro com esta convicção, confiança e sabendo que para atingir o objetivo, que é estar na fase final do EuroBasket do próximo ano, neste momento dependemos só de nós. É muito importante proteger essa posição e isso passa por ganhar», diz técnico que ainda lamenta o desaire em Odivelas contra Israel (70-72), em fevereiro.
«Quando o jogo acabar, é pôr uma pedra em cima e pensar no seguinte. Trata-se de uma competição alargada no tempo, mas muito curta em termos de jogos. Não temos noção de qual é que é o encontro mais importante. É o próximo! Não há outra maneira de encarar».
Para Mário Gomes não passa ao lado o facto do embate ter como palco o pavilhão do Complexo Desportivo de Almada. «É claro que o factor casa, à partida, é uma vantagem. Mas, isso é à partida. À chegada por vezes é ao contrário, foi o que aconteceu em fevereiro. Nesta altura, perdemos em casa e ganhámos fora. Podíamos ter duas vitórias, mas também duas derrotas».
«Em casa, contra Israel, jogámos basquete o suficiente para vencer, só que falhámos uma coisa fundamental: o lançamento de três pontos. Fizemos 9% em triplos [2/21]. Com uma má percentagem tínhamos ganho. Com uma péssima… não conseguimos vencer».
«Mas, por incrível que pareça, lembro-me bem o que transmiti aos jogadores: quando conseguimos lutar de igual para igual contra um adversário como Israel e ter uma percentagem destas, significa que a equipa tem outras coisas. Temos que nos agarrar a elas, até porque não vamos voltar a fazer 9% em lançamento de três», diz, esperançado.
O jogo em campo aberto, quer defensivo, quer ofensivo, pode ser decisivo. São muito fortes na transição ofensiva, em campo aberto e contra-ataque mas, e muitas vezes isso acontece, têm debilidades na transição defensiva.
«Obviamente que esperamos ter o apoio do pessoal de Almada. Uma terra, nos últimos anos não tanto, habituada a grandes jogos, quer de clubes como seleções, num passado não tão longínquo como isso. Pelos jogadores, esperamos ter o apoio que merecem pois esta é, efetivamente, uma equipa que, atuando melhor ou pior deixa tudo em campo. Espero que isto esteja cheio e que seja um bom ambiente», salienta .
E qual foi a sua preocupação neste treinos? «Temos um bom conhecimento da Eslovénia, como eles têm de nós, não só coletivamente, como individualmente. O que é que nos parece mais importante? O jogo em campo aberto, quer defensivo, quer ofensivo, pode ser decisivo. São muito fortes na transição ofensiva, em campo aberto e contra-ataque mas, e muitas vezes isso acontece, têm debilidades na transição defensiva. Temos que obrigá-los a jogar cinco contra cinco em meio-campo e fazermos pontos em contra-ataque. Foi uma das tónicas destes treinos», começa por revelar.
«Depois, trata-se de uma equipa em que o jogo exterior é preponderante em relação ao jogo interior, por isso, temos de estar com muita atenção na defesa da bola, quer um contra um, como nas ajudas quando forem necessárias. Todos os jogadores exteriores deles penetram, todos lançam de 3 pontos com eficácia, e temos de defender bem. E aí já é uma questão mais estratégica, defender bem os bloqueios na bola».
«E existe um aspecto fundamental em todos os jogos equilibrados - estou à espera de um disputado à pele -, que é a tabela. Mais ressaltos são mais posses de bola, consequentemente mais lançamentos e maiores chances de ganhar», afirma.
Do que está a dizer é que é um jogo muito igual a Portugal: transição, lançamento exterior, não ir tanto dentro da área. Vai depender um bocado de quem recuperar melhor na defesa e bloquear o ressalto defensivo?
Estou convencido que os nossos jogadores interiores podem fazer pontos contra os interiores deles. Por isso, é fundamental que, no ataque, a bola circule rápido e consigamos penetrar,
«Teoricamente, é assim. Mas, por exemplo, contra Israel tivemos que ir à procura de outras coisas porque não marcamos uma bola de fora. E, apesar de termos pontos fortes, acho que é muito importante no ataque conseguimos fazer chegar a bola à área restritiva, seja por drible ou passe. Sempre que isso acontece, mesmo que não se consiga concretizar logo, a pressão defensiva diminui e os lançadores ficam mais abertos», destaca.
«Mas estou convencido que os nossos jogadores interiores podem fazer pontos contra os interiores deles. Por isso, é fundamental que, no ataque, a bola circule rápido e consigamos penetrar, fazer penetrar a bola na área restritiva, para, a partir daí, termos bons lançamentos», concluiu.