Ibrahima Konaté falou sobre o grande ausente na seleção francesa -  mas muito presente nas conferências de imprensa -, o capitão Kylian Mbappé, envolvido em mais um caso, pois foi dispensado por lesão mas continuou a jogar no Real Madrid. Debaixo de extrema pressão nos últimos meses, por força da saída do PSG para Espanha, Konaté tomou as dores do companheiro de seleção.

«Ele é uma grande figura hoje em dia, tem tantos fãs no mundo. Ele não o mostra e nunca falei disso com ele, mas não deve ser fácil passar por isso. Às vezes, ponho-me no lugar dele, se tivesse toda esta excitação à minha volta, não sei se teria aguentado, mas ele aguenta. Pode ter um esgotamento psicológico, não faço ideia, mas gostaria de falar disso com ele. Temos de nos colocar no seu lugar. Chegou à seleção muito jovem, ganhou o Mundial muito jovem. Tudo o que gravita à sua volta… Ele não tem vida… [sorriso], ele não tem vida e deve ser duro», analisou esta terça-feira na conferência de antevisão ao jogo com Israel, para a Liga das Nações.

Depois da saída quente do PSG, o jogador retornou recentemente a França, para defrontar o Lille para a Liga dos Campeões. E ouviu assobios.

«Não sabia que ele tinha sido assobiado em Lille, porque é que o assobiaram? Não compreendo. Quando joguei pelo Liverpool contra o Toulouse, deram-me uma receção excecional. Até me perguntaram se já tinha jogado lá e eu disse ‘não, é só por ser francês’. Acho que ele está a ultrapassar isso, mas não deve ser fácil passar por isso no seu próprio país», questionou.

Israel, questão sensível e momento «abominável»

Konaté abordou ainda o jogo com Israel, que será jogado em Budapeste, na Hungria, devido ao conflito do país com Gaza, o Líbano e o Irão.

«Estamos cá para jogar futebol, não olhamos contra quem estamos a jogar. Mas é claro que não somos insensíveis ao que se passa no mundo, e o que vemos [sobre o que se passa na região] é abominável. Tenho a lucidez suficiente para dizer a mim próprio que o que está a acontecer é muito grave, mas as pessoas que mais me preocupam são os jovens. Imagino as crianças a abrir notícias e redes sociais no telemóvel e o impacto que isso pode ter sobre elas. Lutar contra o terrorismo é uma coisa, mas civis serem mortos em massa, isso magoa-me», declarou.