O internacional italiano Alex Merlim admitiu que pode parecer fácil para o Sporting chegar às fases decisivas da Liga dos Campeões de futsal, mas que a presença regular dos leões se deve ao trabalho e dedicação diária. 

Desde 2016/17, os leões apenas falharam uma presença na 'final four' da competição, quando caíram na Ronda de Elite em 2019/20, chegando nesse período por seis vez à final, que venceram em 2018/19 e 2020/21, procurando agora novo triunfo em Le Mans, em França, defrontando na sexta-feira nas meias-finais o Palma Futsal, bicampeão em título.

"Parece fácil, parece que já virou uma rotina do Sporting, mas só nós que trabalhamos no dia a dia sabemos da dificuldade que é para chegar nessa fase final da Champions. E o objetivo de quem joga no Sporting é chegar lá, primeiro pensando nas meias-finais. O objetivo é vencer as meias-finais e consequentemente vencer a competição", referiu, em entrevista à agência Lusa.

Mas o ala alerta que é preciso "trabalho, trabalho, dedicação todos os dias" e que para os jogadores do Sporting "não chega a ganhar", pois querem "tentar jogar bem para os adeptos e tentar bater o maior número de recordes possíveis".

"Então, acho que o segredo é bem por aí. O trabalho, a dedicação de todo dia, não se conformar com os títulos que já estão no passado. Quem joga cada campeonato que disputamos é com o objetivo de vencer", referiu.

Garantindo que o empate caseiro com o Eléctrico (3-3), que impediu que o Sporting garantisse já o primeiro lugar na fase regular do campeonato, já está no passado, Merlim diz que "o foco está totalmente no Palma", não lamentando o facto de o sorteio ter colocado os bicampeões no caminho na meia-final.

"Eu penso que todas as equipas que chegaram nessa fase final têm qualidade. Se formos ver as fases anteriores, a gente perdeu para o Kairat. Então, eu acho que não é bem por aí. Não escolhemos adversários. Calhou o sorteio, calhou o Palma. Sabemos da qualidade do Palma, tem grandes jogadores. É focar nos pontos fortes deles e nos pontos menos fortes que vamos procurar aproveitar para nos classificarmos para a final", assumiu.

A meia-final de sexta-feira marca o reencontro do Sporting com o clube espanhol, com quem perdeu na final de 2022/23, no desempate por grandes penalidade (5-3), após uma igualdade 1-1, num encontro em que os leões se queixaram de um golo anulado a Sokolov, que seria o 2-1.

 Todos os que estão no Sporting, apesar de serem mais novos, são bem rodados, o Zicky [Té], o Tomás [Paçó] já foram campeões de campeonato do mundo
Alex Merlim

Jogador de futsal do Sporting

"Já é passado. Como eu disse, os títulos que ganhámos já estão no passado e os que perdemos também, mas para mim particularmente é a final que mais me dói, porque da maneira que foi decidida essa final, para mim não foi da forma justa com a intervenção do VAR. E creio que naquela final os justos vencedores éramos nós, mas se calhou dessa maneira é pensar para frente", referiu.

Aos 38 anos, Merlim é um dos mais experientes jogadores do plantel leonino, a par do capitão João Matos, e um dos quatro bicampeões europeus pelo Sporting, juntamente com o regressado Rocha e com Gonçalo Portugal, terceiro guarda-redes da equipa.

"Acho que todos os que estão no Sporting, apesar de serem mais novos, são bem rodados, o Zicky [Té], o Tomás [Paçó] já foram campeões de campeonato do mundo e de europeu pela seleção também. O que a gente passou nessa vida procura passar aos mais jovens, mas eu creio que todos que estão cá já estão acostumados com esse tipo de jogos, que praticamente todos os jogadores gostam de jogar. Acho que todo grande jogador gosta de jogar esse tipo de jogos, então estão mais do que acostumados", afirmou.

Depois de ter cumprido recentemente 400 jogos pelo Sporting, ao qual chegou em 2015/16, Merlim garante que se sente "superbem" e que se dedica todos os dias "para poder estar representando o Sporting da melhor maneira possível".

"Como eu disse, parece fácil chegar nessas competições, nessa fase final, mas não é, então toda oportunidade, toda vez que chegamos nessa fase final, a gente procura representar da melhor maneira possível, porque é muito difícil chegar nessa fase final. Pode ser a última, pode não ser, então procuramos trabalhar e dedicar da melhor maneira possível", assumiu.

A final four da Liga dos Campeões vai disputar-se em Le Mans, em França, um país ainda sem grande tradição na modalidade, mas que, segundo Merlim, "tem crescido bastante no futsal", como se pode ver pela seleção francesa.