O piloto natural de Almada vai trocar a equipa norte-americana Trackhouse, que utiliza motas Aprilia, pela Pramac, que em 2025 substitui a Ducati pela Yamaha.
Trata-se da equipa que deu o título mundial de pilotos a Jorge Martín este ano, conquistando, ainda, o campeonato de equipas independentes, depois de ter conquistado o título de equipas em 2023 e de ter discutido o título de pilotos até à última corrida, também com Jorge Martín, nesse mesmo ano.
Para Miguel Oliveira, será a quinta equipa diferente desde que em 2019 chegou à categoria principal do mundial de velocidade, a MotoGP, pelas mãos da Tech3 KTM, gerida por Hervé Poncharal, com a qual conquistou duas vitórias (Estíria, na Áustria, e Algarve, em Portugal) em 2020.
Em 2021, subiria à equipa oficial da KTM, vencendo na Catalunha, para somar mais dois triunfos já em 2022, na Indonésia e na Tailândia.
No ano passado, Oliveira mudou-se para a RNF Aprilia, que perderia a licença para competir no final da temporada por dificuldades financeiras, sendo substituída pela Trackhouse.
Em 2025, Oliveira chega à Pramac, equipa patrocinada pelo líder mundial no fabrico de geradores de eletricidade. A equipa nasceu em 2002, tem a sua base na Toscânia, em Itália, e, em 2023, tornou-se a primeira equipa independente a bater as formações oficias e a conquistar o mundial de equipas.
Por isso, o português Jorge Viegas, presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), dizia, este fim de semana, aos microfones da SportTV, que Miguel Oliveira vai para "a melhor equipa" do campeonato.
"Tem um quadro fantástico de técnicos. O Miguel está em muito boas mãos. Precisa de se sentir bem na equipa onde está. Não se sentiu muito bem na KTM, não se sente bem na Trackhouse. Sentiu-se bem com o Hervé Poncharal. Quando se sente bem, ganha corridas. E a Pramac tem um ambiente fantástico", sublinhou o dirigente máximo do motociclismo mundial.
Também Paulo Oliveira, pai e gestor da carreira de Miguel Oliveira, acredita que a parceria irá dar frutos.
Em declarações à SportTV após a corrida de domingo, Paulo Oliveira sublinhou que se vê que "a Yamaha está a fazer um trabalho incrível e o Miguel alinha bem com este tipo de projetos", pois "passa muito bem informação para os técnicos".
A Yamaha regressou de forma oficial em 2004, conquistando o título nesse primeiro ano, com Valentino Rossi. Viria a somar ainda os campeonatos de 2005, 2008 e 2009 (ainda com Rossi), 2010, 2012 e 2015 (Jorge Lorenzo) e 2021 (Fábio Quartararo).
De então para cá, a marca japonesa simbolizada por três diapasões, perdeu competitividade, chegando ao ponto de ter apenas duas motas em pista nos últimos dois anos.
Depois do título conquistado em 2021 por Quartararo, o francês foi segundo em 2022, 10.º em 2023 e 13.º esta temporada, ano em que teve no sexto lugar da Malásia o melhor resultado da época.
A perda de competitividade traduziu-se na possibilidade de ter mais concessões no campeonato, com mais dias de testes, a possibilidade de desenvolver o motor e ter mais pneus disponíveis na temporada.
Miguel Oliveira chega a este projeto numa altura de desenvolvimento da mota japonesa, que espera voltar ao topo do Mundial de MotoGP de 2025.
O português terá ao seu lado o australiano Jack Miller, que o tinha ido substituir na KTM há dois anos e onde não conseguiu aproximar-se do sucesso do piloto português.
Depois dos testes de terça-feira, os pilotos entram de férias e regressam à ação apenas no mês de fevereiro, na Malásia.