Nélson Oliveira conviveu com crianças em Rebordosa, na tarde desta quarta-feira, e no final falou à comunicação social para dar conta das ambições do V. Guimarães. O experiente ponta-de-lança aponta claramente à qualificação para as competições da UEFA da próxima época.

- Como é que foi esta experiência de conviver com estes meninos em Rebordosa?

- Foi uma boa experiência, uma experiência de enaltecer. Também já tive a idade deles, sei muitas vezes a ilusão que isto lhes cria. E é bom também este tipo de iniciativas, onde nos podemos associar, neste caso com o Rebordosa, para expandir a marca Vitória. São sempre iniciativas de louvar.

- É importante, nesta paragem, aproveitar estes momentos também para manter o ritmo competitivo?

- Sim. É mais um jogo-treino que temos para nos prepararmos para o que aí vem. É a fase final da temporada, ainda não estamos no lugar que queremos estar, estamos a dois pontos. Também tivemos vários jogos, nomeadamente na Europa, com uma caminhada de enaltecer, que por vezes nos tiraram frescura, e se calhar não conseguimos um ou outro resultado que queríamos no campeonato. Temos agora esta fase final para atacar em força e chegar ao lugar que queremos.

- Não há qualquer dúvida, o plano final é atacar o quinto lugar?

- Sim, sem dúvida, estamos a dois pontos, já estivemos a oito. Estamos em crescendo, aproveitamos esta paragem para descansar e trabalhar ao mesmo tempo, mas relaxar um pouco em termos mentais para depois atacarmos a fase final em força.

- O grupo já recuperou animicamente da desilusão europeia da semana passada?

- Eu percebo a pergunta e acaba por ser uma desilusão, mas essa desilusão acho que foi criada pela expectativa que nós criámos. Fomos a primeira equipa a entrar na Conference League, somos a equipa que tem o recorde de invencibilidade nas provas europeias, ou seja, batemos recorde atrás de recorde este ano na Europa. Fizemos uma caminhada espetacular e essa desilusão só estamos a falar dela porque criámos uma expectativa nas pessoas que, se calhar, as pessoas não estavam à espera. Por isso, não há qualquer tipo de ressaca. Foi um jogo contra uma equipa bastante boa, que não nos correu tão bem, fizemos uma primeira mão boa em Espanha, perdemos no D. Afonso Henriques. Virámos a página, orgulhosos do que fizemos na Europa, muito orgulhosos, e vamos com tudo agora no campeonato para para no próximo ano estarmos lá outra vez e fazermos o mesmo ou melhor ainda.

- Essa caminhada de excelência traz mais pressão ao grupo?

- Quando jogas num clube como o Vitória, com os adeptos que o Vitória tem, com a exigência que o Vitória tem, a pressão existe sempre e é boa porque enquanto existir pressão é sinal de que estás a jogar num nível alto, num clube com exigência, com adeptos exigentes, ou seja, a pressão irá existir sempre. Para o ano, como disse, queremos estar outra vez nas competições europeias, porque acho que o lugar de um clube como o Vitória é nas competições europeias. Tudo faremos para representar tão bem ou melhor ainda do que representámos este ano em Portugal.

- O Vitória vai em três qualificações europeias consecutivas, vai tentar a quarta qualificação europeia? Acredita que isto pode ser também o início de uma nova era no Vitória, no sentido de haver qualificações europeias de forma mais regular, e que isso também pode catapultar o clube para outros patamares?

- Acho que isso aí é muito importante. Um clube como a Vitória tem que estar e tem que andar ano sim, ano sim, nessas competições, porque é uma marca muito forte, com adeptos muito fortes. É um clube com uma dimensão única em termos do que é o panorama português, naquilo que é a paixão. As pessoas de Guimarães apoiam todas o Vitória, ou seja, é um clube que tem que estar sempre na Europa e tudo faremos para que isso aconteça.

- Esta pausa é provocada pelos jogos das seleções nacionais e o Nélson Oliveira participou num grande Portugal-Dinamarca, no Euro 2012, foi um dos primeiros jogos que realizou ao serviço da Seleção A. O que que espera do jogo de amanhã da Seleção?

- Espero uma vitória outra vez, acho que Portugal tem Seleção mais do que suficiente para ganhar à Dinamarca. São jogos normalmente difíceis porque as equipas nórdicas são difíceis, principalmente a jogar fora de casa, mas acho que é um jogo perfeitamente ao alcance da Seleção e espero uma vitória.

- E ainda com o Ronaldo em campo, com quem estava a jogar no ataque naqueles minutos finais.

- Sim, acho que o Ronaldo irá jogar certamente e que faça o que nos tem habituado, que é golos.

- Estamos a entrar na reta final do campeonato e o Vitória chega a esta fase com um plantel bastante modificado em relação ao que iniciou a temporada. Como é que tem sido a integração dos novos jogadores, esta paragem pode ser boa para os entrosar melhor?

- As paragens acabam por ser sempre boas, porque dão mais tempo para descansar, para trabalhar outras coisas que se calhar não trabalhas quando jogas de três em três dias. Acho que os novos jogadores já estão integrados. Também temos um grupo, como temos mostrado não só este ano, que está a ser construído há algum tempo, que é um grupo fácil de integrar. É um grupo que recebe bem, é um grupo que trabalha todo junto para o mesmo, saem uns, entram outros, e o rendimento acaba por ser sempre bom. É isso que temos de continuar a fazer, a malta que chega nova a entrar, a sentir-se em casa, a sentir-se bem, a perceber o que é a exigência de jogar num clube como o Vitória, porque por vezes é importante isso, porque quando chegam à Vitória chegam a um grande clube. Têm que perceber a exigência, e acho que eles perceberam, acho que estão integrados, e acho que temos uma boa equipa e um bom grupo.