"Tanto eu como o [Francisco] Cabral estamos muito contentes, acima de tudo. Sabemos que nos pares tudo pode acontecer um pouco e, da maneira como jogámos hoje, muita coisa é possível. Mais uma vez conseguimos subir o nível de energia no terceiro set e acho que [isso] fez toda a diferença, apesar de termos perdido um segundo set bastante duro e acabado mal esse set", começou por contar Borges, em declarações à agência Lusa.
Os dois amigos de infância, primeira dupla nacional a atingir os quartos de final de um torneio do Grand Slam, travaram mais um duelo renhido nos oitavos de final, mas conseguiram superar os adversários, 12.º cabeças de série em Melbourne Park, ao fim de três sets, por 7-6 (7), 3-6 e 6-3.
"No geral, mantivemo-nos bastante sólidos, sempre a acreditar e acho que isso continuou a dar frutos. Estamos muito contentes por estar nos quartos de final de um Grand Slam, até parece um pouco irreal, não sei. Temo-nos mantido bastante no momento e as coisas têm corrido bem. Portanto, vamos tentar manter esta dinâmica", acrescentou o maiato, de 27 anos.
Nuno Borges e Francisco Cabral, que juntos já conquistaram um título ATP, ao vencerem o Estoril Open em 2022, vão defrontar agora Simone Bolelli e Andrea Vavassori, vice-campeões do Open da Austrália e de Roland Garros em 2024.
"Agora temos um desafio ainda maior contra uma dupla que se destacou no ano passado e este ano estão a jogar bem. Se não me engano ganharam um torneio de preparação para o Open da Austrália [ATP 250 de Adelaide], mas vamos continuar a sonhar", confessou o número um português, eliminado entretanto na terceira ronda da prova de singulares pelo espanhol Carlos Alcaraz, terceiro do mundo.
Apesar do favoritismo dos terceiros cabeças de série, Nuno Borges diz que o par português vai "tentar fazer uma loucura de umas meias-finais e, acima de tudo, desfrutar ao máximo", após se tornarem no terceiro e quarto tenista nacional a chegar aos quartos de final de um Major, depois de Nuno Marques (Open da Austrália em 2000) e João Sousa (quarto finalista do Open dos Estados Unidos em 2015, 2019 e 2022 e semifinalista em Melbourne Park em 2019).
"Podemos jogar o próximo encontro numa grande Arena. Na John Cain fui muito feliz nas duas vezes que lá joguei e agora quem sabe onde poderemos jogar na terça-feira. De qualquer forma, é um jogo muito desafiante, eles estão a jogar muito bem, são uma das duplas de 2024 a abater, que começaram bem 2025, portanto no mínimo temos de manter o nível de hoje, possivelmente fazer melhor num ou outro detalhe e continuar a manter esta energia porque tem corrido bem", finalizou o parceiro do melhor jogador português de pares da atualidade, Francisco Cabral (76.º ATP).