Atualmente, a Fórmula 1 tem quatro corridas no Médio Oriente, agrupadas em dois pares. No início da temporada, realizam-se as do Bahrain e da Arábia Saudita, e no final, as do Qatar e Abu Dhabi.

No domingo passado, teve lugar a corrida no circuito de Sakhir, no Bahrain, e neste fim de semana corre-se o Grande Prémio da Arábia Saudita, em Jeddah. Os dois circuitos, porém, não poderiam ser mais diferentes.

A pista do Bahrain é conhecida por ter o asfalto mais abrasivo de todo o calendário da Fórmula 1, o que leva a um grande desgaste dos pneus, especialmente os traseiros, muito extremamente solicitados nas várias acelerações a baixa velocidade. Já em Jeddah, o asfalto é um dos mais lisos do Mundial, permitindo aos pilotos acelerar sem desgastar significativamente os pneus.

Além disso, junto à costa do Mar Vermelho, existem apenas duas travagens mais fortes, para a primeira e última curva, o que significa que há menos acelerações e as ultrapassagens tornam-se mais difíceis. O circuito de Jeddah é o que tem mais curvas no Campeonato, 27, mas a maioria são de média e alta velocidade. Algumas são, na verdade, ligeiras mudanças de direção em seções que poderiam ser consideradas retas e são feitas a fundo, sem qualquer carga significativa sobre os pneus.

No domingo, haverá uma corrida com desgaste de pneus quase nulo, apesar de a Pirelli ter alterado a seleção para o Grande Prémio da Arábia Saudita deste ano. Nos últimos anos, em Jeddah, utilizaram-se os pneus C2, C3 e C4, mas este ano a escolha é um composto mais macio: C3, C4 e C5.

A Pirelli espera, com esta alteração, evitar a situação que observámos nos últimos três anos. Nos três casos, houve um safety car relativamente cedo, o que levou a paragens em massa nas boxes e à mudança para os pneus duros, que chegavam ao final sem apresentar sinais de degradação. Agora, porém, isso será mais difícil de alcançar, porque os pneus serão mais macios.