Depois de uma sequência negativa, o Santa Clara está de regresso às vitórias e dá um passo firme rumo ao último lugar europeu. Em Barcelos, os bravos açorianos venceram pela margem mínima (0-1), numa partida em que até tiveram dois golos invalidados.

João Costa foi o autor do golo dos insulares, depois de um excelente trabalho sobre Josué. A exibição da equipa de Vasco Matos não foi a mais impressionante, mas deixou sinais de controlo ao longo de todo o jogo, quer com bola, quer sem ela.

O Gil Vicente, de César Peixoto, foi inoperante e algo apático, demonstrando um sinal de fraqueza dentro de portas e marca passo na luta pela manutenção.

Santa Clara com fome de Europa

Em Barcelos, o jogo disputava-se por lutas bem diferentes mas com um objetivo comum: vencer. O Gil Vicente tinha de vencer para fugir aos lugares mais baixos da tabela, enquanto o Santa Clara não queria deixar fugir o lugar de acesso às competições europeias.

@Manuel Morais / Kapta+

Desde o apito inicial de Iancu Vasilica, o Santa Clara mostrou vontade de assumir o jogo, mantendo posses longas e procurando brechas na defensiva gilista. Apesar do controlo da bola dos insulares, as balizas pareciam uma miragem nos primeiros momentos do jogo.

Ao quarto de hora, e bem ao seu estilo, o Santa Clara conseguiu fazer a bola beijar as redes da baliza de Andrew pela primeira vez, mas invalidado por posição irregular. MT lançou Matheus Pereira na profundidade e este serviu Vinicius para o golo. O VAR interveio e descortinou um fora de jogo de Matheus Pereira.

Apesar do revés do tento invalidado, os bravos açorianos continuaram a querer mais o golo e este acabou por aparecer perto da meia hora. Pedro Ferreira lançou João Costa na profundidade e este não vacilou na cara de Andrew, imediatamente depois de partir os rins a Josué.

O Gil foi sempre errático e algo displicente nas ações com bola, sendo incapaz de criar perigo por qualquer zona do terreno. A apatia apoderou-se da turma de César Peixoto.

Muita parra e pouca uva

Fujimoto e Carlos Eduardo não voltaram para o segundo tempo, sendo substituídos por Touré e Pablo. A atitude, essa, também deu sinais de mudança do lado do Gil, com um assumir do jogo muito mais vincado e, logo a abrir, com direito à oportunidade flagrante do jogo. Zé Carlos assistiu Sandro Cruz - jogada de laterais - e o angolano viu o seu remate ser interceptado por Frederico Venâncio mesmo em cima da linha de golo.

A postura mais ofensiva do Gil Vicente foi-se mantendo, mas sem o discernimento necessário para chegar a zonas de finalização. A turma de Barcelos foi-se refugiando de remates de longa distância - Santi obrigou Gabriel Batista a boa defesa - e não teve capacidade de entrar na área adversária e fazer mossa.

Na expectativa, como já é apanágio, o Santa Clara manteve-se organizado, deixando os gilistas ter bola nas zonas em que conseguiam controlar os ritmos do jogo, mesmo sem a posse. Essa passividade quase propositada da equipa de Vasco Matos tinha um objetivo claro: procurar a transição rápida aquando da recuperação. Gabriel Silva ainda inseriu a bola na baliza gilista pela segunda vez, mas estava em posição irregular.

Até ao fim, o Gil procurou ser feliz mas sem a energia necessária para que tal pudesse acontecer