
Um cabeceamento certeiro de Joel Tagueu deu o triunfo ao Nacional no Bessa (1-0). Os insulares caíram na tentação de segurar a magra vantagem e por pouco, não pagaram caro. Valeu-lhes Lucas França e o desperdício do Boavista – fez por merecer, no mínimo, o empate.
Quantas vidas tem a pantera? Depois da vitória importantíssima em Vila do Conde, o Boavista voltou ao caminho dos desaires. O tempo urge e restam apenas cinco jornadas para escapar à descida à Liga 2.
Embalados provavelmente pelo triunfo contra o Rio Ave, o conjunto de Jorge Couto (que foi forçado a lançar Filipe Ferreira no lugar do lesionado Kurzawa), começou melhor a partida e logo aos cinco minutos, teve uma oportunidade soberana para marcar, mas Bozeník não foi capaz de ultrapassar Lucas França.
Por sua vez, e após aguentar o ímpeto inicial do adversário, o Nacional começou a jogar de forma apoiada e solta com combinações pelo corredor central. Foi, porém, num lance de bola parada que acabou por chegar à vantagem: canto de Yamada e golpe de cabeça de Joel Tagueu (16'). Com o adversário ainda a recuperar do golpe sofrido, Paulinho Bóia atirou para a bancada a hipótese de fazer o 0-2 (22’).
Apático, amorfo, o Boavista foi bafejado pela sorte no fecho da primeira parte quando Fuki Yamada atirou à malha lateral perante Vaclík.
Alma, crença, brio e instinto de sobrevivência. O que a pantera não teve na primeira parte, teve em doses quase industriais na etapa complementar. Desde o reatamento que se senti a vontade de os axadrezados reagirem à desvantagem. Viveram, no entanto, o melhor momento na partida entre os 60 e os 70 minutos e criaram ocasiões em catadupa para igualarem a contenda. Se existiu mérito de Lucas França na forma como travou o cabeceamento de Diaby, não houve arte nem engenho de Koné ou Vukotic nas oportunidades seguintes (66’, 68’ e 70’).
Respirou fundo o Nacional.
Por opção ou incapacidade, os madeirenses jogaram com o relógio, quebraram constantemente o ritmo de jogo, enfim, aguardaram o fim do jogo – espreitaram o 2-0 apenas num lance de Tagueu (84’). Colocaram-se a jeito para sofrer o empate, no fundo.
Assim que sentiu o Boavista a quebrar no que respeita à energia e à produção ofensiva, Jorge Couto lançou Reisinho para o assalto final à baliza insular. Com nove minutos de compensação, os axadrezados desesperaram com as intervenções de Lucas França a remates de Diaby (90’) e de Bozeník (90+7).
O facto de o Boavista ter arriscado na busca pelo empate permitiu ao Nacional ficar perto de novo golo. Um erro da defensiva contrária deixou José Gomes perante Vaclík com o internacional checo a levar a melhor. O 2-0 seria, de resto, tremendamente injusto.
As notas do Boavista: Václik (5), Lystsov (4), Rodrigo Abascal (4) Sidoine Fogning (5), Salvador Agra (5), Seba Pérez (5), Ilija Vukotic (5), Filipe Ferreira (4), Joel Silva (5), Diaby (6), Robert Bozeník (5), Moussa Koné (6), Reisinho (5), Ariyibi (-) e Kakay (-).
As notas do Nacional: Lucas França (7), Gustavo Garcia (5), Ulisses Rocha (5), Zé Vítor (4), José Gomes (5), Luís Esteves (5), Djibril Soumaré (5), Fuki Yamada (6), Daniel Penha (5), Paulinho Bóia (4), Joel Tagueu (6), Labidi (5), Rúben Macedo (4), Appiah (5) e Léo Santos (-).
A reação dos treinadores
Jorge Couto não compareceu na sala de imprensa do estádio do Bessa.
Tiago Margarido (Nacional): Jogámos à Nacional na primeira parte, com confiança e a tentar chegar à baliza. Marcámos e podíamos ter chegado ao intervalo com maior vantagem. Depois o Boavista arriscou e o jogo ficou caótico. Resistimos ao ímpeto do Boavista. Foi uma vitória justa.