Ruben Amorim chegou ao Manchester United com o condão de levar para Old Trafford o futebol que a Europa vira o 'seu' Sporting praticar. A verdade é que o início do trajeto do treinador português nos red devils não tem sido tão risonho quanto o expectável. A derrota sofrida na última quinta-feira [ontem] frente ao Wolverhampton de Vítor Pereira colocou o Manchester United de Ruben Amorim em maus lençóis e com muitas justificações para dar aos adeptos, isto porque foi a quinta sofrida - a terceira consecutiva - pelo clube desde que o técnico luso chegou a Inglaterra, um número superior aos desaires sofridos por Ten Hag ao longo desta temporada e que custaram ao holandês a saída ainda antes do final do contrato.

Mas vamos aos números. Afinal, o que pode estar a correr assim tão mal ao Manchester United de Ruben Amorim? Tudo. Bem, quase tudo. Comparando os últimos 10 jogos em que Ten Hag esteve no comando da equipa, com os primeiros 10 jogos de Ruben Amorim à frente dos red devils, podemos dizer que os números deste Manchester United, divulgados pela 'StatsPerform', não são nada satisfatórios, nem prometem sinais de melhoria.

Em termos ofensivos, aquela que seria a grande 'arma' de Ruben Amorim na chegada ao Manchester United, o clube passou a produzir menos ocasiões flagrantes de golo do que aquilo que vinha a produzir sob o comando de Erik ten Hag. Ao fim dos 10 primeiros jogos como treinador dos red devils, Ruben Amorim vê a sua equipa com um total de 16.78 xG (Golos Esperados) contra os 17.82 xG que os 'diabos vermelhos' tinham sob a batuta do holandês, para além de ter um menor número de golos marcados (17 contra 18).

Para além do menor número de ocasiões claras de golo, o Manchester United de Ruben Amorim também se tem mostrado menos rematador do que o de Ten Hag. Seguindo a comparação entre os primeiros 10 jogos do treinador português e os últimos em que o holandês esteve à frente do comando dos red devils, a equipa de Amorim efetuou menos 38 remates do que a formação de Ten Hag (145 contra 183) e deu menos toques na área adversária (288 contra 336), mostrando incapacidade para ferir os seus oponentes ou, pelo menos, criar algum desconforto defensivo. Ainda assim, o número de grandes chances criadas não é assim tão diferente daquela que a equipa teve nos últimos 10 jogos com Ten Hag (28 contra 29).

Em termos defensivos, a mudança de esquema tático que Ruben Amorim trouxe com a sua chegada ao Manchester United - com a introdução dos três defesas - não surtiu grandes efeitos. Nos primeiros 10 jogos como treinador dos red devils, o treinador português viu a sua equipa sofrer 19 golos, contra os 11 que o conjunto inglês havia sofrido nos últimos 10 encontros com Ten Hag, para além de ter conseguido em apenas uma ocasião manter a sua baliza a zeros (aconteceu na goleada por 4-0 sobre o Everton), enquanto que o holandês havia alcançado quatro 'fichas limpas' durante esse mesmo período. Ainda assim, no meio de tanto dado estatístico negativo, há algo de 'positivo' a realçar: a equipa concede menos ocasiões flagrantes (11,06 xG contra 14,98 xG com Ten Hag) e menos remates aos seus adversários (102 contra 104), mas a verdade é que conseguiu, mesmo assim, sofrer quase o dobro dos golos que sofreu na reta final com o holandês ao leme (19 contra 11).

Não existem dúvidas de que Ruben Amorim tem uma tarefa muito difícil pela frente. A primeira será tentar tirar o clube o mais rapidamente possível do lugar que atualmente ocupa na tabela classificativa (14.º).