Quatro seleções nacionais vão alinhar no Mundial de Touch Rugby 2024 em Nothingham, Inglaterra, que tem início esta segunda-feira. Portugal participa nos escalões de Mixed Open, M40, M45 e M50. No total são 64 atletas e oito treinadores, numa comitiva constituída por 72 elementos. Esta não é a primeira vez que Portugal participa numa competição internacional desta modalidade “prima” do râguebi e, com o aumento do número de praticantes, as expectativas são agora maiores.
Os Campeonatos Europeus de 2018 e 2022 realizaram-se em Lisboa e os Masters de 2019 e 2021 em Coimbra, Portugal não só acolheu como participou nestas competições.
Um ano antes do primeiro Campeonato Europeu em Lisboa, em 2017, nascia a Associação Touch Rugby Portugal, com o apoio da Federação Internacional de Touch e da Federação Portuguesa de Rugby.
Surgia, assim, oficialmente em Portugal o Touch Rugby, vulgarmente conhecido apenas por Touch. Contudo, já antes era praticado informalmente, pelo menos desde 2010, entre amigos, ex-jogadores ou mesmo em clubes de râguebi como complemento de treino das equipas.
Como e onde nasceu o Touch?
O Touch Rugby foi criado na Austrália na década de 60. Bob Dyke e Ray Vawdon são considerados os fundadores da modalidade e, em 1968, organizaram a primeira competição oficial.
Sendo um desporto que pode ser praticado por pessoas de todas as idades e até com algumas limitações físicas, o Touch cresceu rapidamente na Austrália, onde tem atualmente cerca de 300 mil praticantes.
Bob Dyke e Ray Vawdon, do South Sydney Junior Rugby League Club, inventaram o Touch como um método de treino de râguebi e como um meio de permitir que jogadores já retirados da modalidade pudessem continuar a participar em competições de um desporto similar.
O Touch acabaria, no entanto, por se transformar numa modalidade praticado também pelos mais jovens, homens, mulheres, transformando-se num desporto altamente inclusivo.
A Nova Zelândia também aderiu rapidamente a este desporto social e, mais tarde, chegaria à Europa, onde começou por ser praticado nos países com maiores tradições no râguebi.
Touch Rugby em Portugal: “Força, raposas!”
Segundo a Associação Touch Rugby Portugal, há atualmente 350 jogadores inscritos no nosso país, mas estima-se que existam mais de 500 praticantes, número que a ser oficializado poderá levar à criação da Federação Portuguesa de Touch Rugby.
No Mundial em Inglaterra, competem quatro seleções nacionais: M40, M45 e M50 e Mixed Open, nesta última é obrigatório no mínimo três jogadoras em campo.
Os jogadores das seleções nacionais de Touch Rugby são conhecidos por "raposas" e, nas vésperas deste Mundial, foram partilhadas mensagens de apoio de alguns "lobos" nas redes sociais da Associação Touch Rugby Portugal.
Entre os "lobos", jogadores da seleção nacional de râguebi, que deixaram palavras de incentivo está Raffaele Storti, um dos jogadores com melhor desempenho na seleção nacional durante o Mundial de Râguebi 2023, a jogar atualmente na equipa francesa AS Béziers.
- Veja AQUI a mensagem de apoio de Raffaele Storti.
Outras caras conhecidas do deporto e não só deixaram mensagens de boa sorte às “raposas” das seleções nacionais, como é o caso de Diogo Quintela, humorista dos Gato Fedorento.
Os jogos do Mundial de Touch, incluindo os da seleção nacional, podem ser acompanhados no live stream disponibilizado pela Federação Internacional de Touch Rugby.
- Veja AQUI o calendário dos jogos das seleções nacionais.
De Norte a Sul do país, existem atualmente perto de 20 clubes nos quais é possível praticar Touch - Arcos Touch, Braga, Guimarães, Invictus, Touch Agrária de Coimbra, Associação Académica de Coimbra, Caldas Rugby Clube Touch, Santarém, Benfica, Técnico Touch, São Miguel, Cascais, Agronomia Touch, Dark Horses e Untoutchables.
Quais as principais regras do Touch?
A ausência de contacto e de placagens são, numa primeira abordagem, as principais diferenças em relação ao râguebi. As semelhanças entre as duas modalidades são fundamentalmente a bola oval, embora mais pequena, o passe obrigatório para trás e o objetivo de chegar à linha de ensaio para marcar pontos.
No Touch, um ensaio vale apenas um ponto e não cinco. As equipas podem ser mistas e têm seis jogadores. O tempo de jogo é de 40 minutos, com duas partes de 20 minutos.
No Touch, para travar o avanço da equipa atacante, é preciso que um jogador com posse de bola seja tocado por outro da equipa defensiva, daí o nome da modalidade.
A equipa com posse de bola tem seis tentativas para tentar marcar ensaio. Cada iniciativa esgota-se quando ocorre um toque -"touch", que é considerado quando um atacante com posse de bola é tocado por um dos defensores, em qualquer parte do corpo.
Quando ocorre um toque, o jogador tocado deve colocar a bola no chão e retomar o jogo a partir do local onde foi tocado. Na equipa que defende, os jogadores têm de recuar imediatamente 7 metros.
Depois da marcação de um ensaio, não há lugar a pontapé de conversão como no râguebi, até porque os campos de Touch não têm postes e são mais pequenos, medem 70 por 50 metros.
O facto de ser possível juntar na mesma equipa pessoas de várias idades e de sexos diferentes é uma das características que distingue esta modalidade, não sendo raro encontrar a jogar lado a lado pais e filhos ou mesmo avós e netos.