A missão, neste play-off de apuramento para o Mundial, era de elevado grau de dificuldade. Montenegro é uma seleção presente em Campeonatos do Mundo desde 2011 e em Europeus desde 2010, e encontra-se nesta altura na 8.ª posição do ranking mundial, com muitas jogadoras com experiência de Liga dos Campeões. Portugal, por sua vez, está, como defende o selecionador José António Silva, em fase ainda de consolidação, depois das presenças nos Europeus de 2008 e 2024. Essa primeira montanha a escalar no Multiusos de Fafe - sábado (17h00)haverá uma segunda, em Podgorica, mas servirá apenas para cumprir calendário - revelou-se desde o apito inicial, com a seleção do país da ex-Jugoslávia a liderar desde o primeiro minuto o marcador.

A Seleção Nacional manteve-se por perto, com a maior diferença a ser de três golos, aquela que se verificava ao intervalo (11-14), mas a andar muitas vezes nos dois ou mesmo apenas num à maior para as montenegrinas. A réplica foi, numa fase inicial mais eficaz, com um 5-5 aos 11:26 minutos de jogo, graças a boas intervenções de Jéssica Ferreira entre os postes e de Patrícia Rodrigues (3 golos na primeira parte) e Joana Resende (2) no ataque. Ia-se destacando sobretudo a guarda-redes das visitantes, Armelle Kelly Attingré, de 36 anos, com seis intervenções de grande qualidade, que foi um dos principais obstáculos a um maior equilíbrio entre as duas equipas. Durdina Jaukovic, com quatro golos no primeiro tempo, confirmava ser a mais perigosa em campo.

Carmen Figueiredo, com uma segunda exclusão em cima do intervalo, colocou Portugal numa situação complicado para o arranque do segundo tempo.

Desvantagem a disparar

Num claro contraste com a primeira metade, em inferioridade numérica e após vários erros no ataque, a Seleção Nacional viu a desvantagem disparar até aos 12-18 em seis minutos apenas. Com tantas dificuldades, José António Silva ainda perdeu Maria Ujanque por lesão, com uma entorse no tornozelo, e Joana Resende, com o pai Carlos nas bancadas, também ficou algo limitada e a fazer gelo no joelho esquerdo, depois de escorregar numa zona mais húmida do piso.

A um quarto de hora do fim, oito golos já separavam Portugal e Montenegro. Carmen Figueiredo começou a mostrar-se finalmente no ataque, tornando-se rapidamente a jogadora lusa mais eficaz. Assinou quatro golos praticamente seguidos, tornando-se a melhor marcadora da equipa (terminou com seis), enquanto do outro lado Tatjana Brnovic (6 golos) e Matea Pletikosic (5) também ultrapassavam Jaukovic (4), igualmente lesionada, em golos. No final, o 19-31 não deixa dúvidas: o sonho fica adiado. E estará vivo na próxima qualificação.