Esta quarta-feira é dia do Benfica entrar em ação nos oitavos de final da Liga dos Campeões, reencontrando os espanhóis do Barcelona. Em jogo está um lugar nos quartos de final, mas também os muitos milhões da prova milionária.

É sabido que os milhões envolvidos na Liga dos Campeões são avultados, ganhando, por isso, um importante peso para o planeamento da próxima época de qualquer equipa, especialmente as que têm, habitualmente, de vender elementos importantes, como é o caso das formações portuguesas.

Como bem se sabe, as provas europeias mudaram de formato esta época e, com isso, mudaram também os valores envolvidos e a forma como os prémios monetários serão distribuídos pelas equipas. Para começar, qualquer equipa que garantiu o acesso direto à fase final da nova Liga dos Campeões, a fase de liga, teve direito a 18,62 milhões de euros, um crescimento de quase três milhões face aos 15,64 que os clubes receberam por chegar à fase de grupos da Champions League em 2023/24.

De notar que deixa ao habitual valor referente ao coeficiente da UEFA relativo aos últimos dez anos, junta-se o novo value pillar, que explicaremos mais à frente.

Milhões da performance desportiva

Nas últimas épocas, qualquer vitória na fase de grupos da Liga dos Campeões valia 2,8 milhões, enquanto cada empate valia 930 mil euros. Esses valores baixaram ligeiramente. A partir de agora, cada vitória na fase de liga valerá 2,1 milhões, enquanto cada empate valerá 700 mil euros. Contudo, é preciso ter em conta que cada equipa disputará oito jogos, ao invés dos habituais seis.

Ora, o Benfica, fruto de quatro vitórias e um empate, ganhou um total de 9,1 milhões de euros. A isto junta-se ainda 400 mil euros referentes à redistribuição do valor atribuídos a empates.

É a partir daqui que o formato de prémios financeiros mais se altera. Cada equipa recebeu um bónus referente à sua posição final na fase de liga. O último classificado, o 36º, recebeu 75 mil euros, o 35º classificado receberá duas vezes 275 mil euros e por aí fora, até que o 1º classificado vai receber 36 vezes esse valor. Ao ficar em 16º, o Benfica recebeu 5,775 milhões de euros, aos quais se junta mais um milhão por ficar entre 9º e 16º e outro milhão pela qualificação para o playoff de acesso aos oitavos de final.

Águias reencontram Barcelona @Catarina Morais / Kapta +

Ao ultrapassar o Monaco nesse referido playoff, o Benfica amealhou mais 11 milhões de euros, pela qualificação para os «oitavos», totalizando, assim, 46.895 milhões de euros pela sua performance desportiva, até ao momento, na Liga dos Campeões. Caso ultrapasse o Barcelona e avance para os quartos de final, receberá mais 12,5 milhões de euros.

Contudo, a este valor da performance desportiva, junta-se ainda o tal value pillar.

Value Pillar, a grande novidade

Até então, a esse valor relativo à performance desportiva de cada equipa a UEFA juntava ainda, no final da época, o valor referente ao market pool, um valor referente ao valor proporcional de cada mercado televisivo de cada uma das equipas em prova. Isto fazia com que as maiores e mais assistidas equipas a nível mundial via televisivo, como Manchester City, Liverpool ou Real Madrid, por exemplo, recebessem um valor bastante acima dos restantes.

A partir de agora, a UEFA substituiu esse market pool por uma ferramenta que chamou de value pillar, que aglomerará o market pool e o coeficiente dos clubes em prova, com a diferença que, daqui em diante, esse coeficiente será calculado com base nos últimos cinco anos. Este estará dividido em duas partes: a parte Europeia e a parte não Europeia.

Os montantes que cada clube receberá relativo ao value pillar serão proporcionais ao resultado efetivo das vendas de direitos de transmissão para essa competição nos mercados da UEFA (parte europeia) e todos os outros mercados (parte não europeia). O rácio entre a parte europeia e a parte não europeia basear-se-á nos contratos celebrados com os mercados dos media para todo o ciclo até 1 de julho de 2024.

Por exemplo, se na Champions o valor de todos os direitos de transmissão europeus for 75% das receitas totais dos direitos de transmissão, o value pillar para a competição é dividido em 75% para a parte europeia e 25% para a parte não europeia. Cada clube recebe o total das suas quotas nas duas partes. No fundo, Sporting e Benfica dividirão entre si o valor do mercado televisivo de Portugal vendido para a Europa e outros mercados, sendo que os mercados das Big-5 são, por norma, os mais valiosos e que recebem, por isso, uma maior percentagem deste bolo.

A isto junta-se o coeficiente da UEFA dos clubes em prova referentes aos últimos cinco anos. De seguida, faz-se uma média entre a posição da equipa no tal mercado televisivo e no ranking e posicionam-se as equipas num ranking entre 1º e 36º classificado. O último classificado receberá uma parte do valor total - que dependerá da distribuição do mercado europeu e outros -, enquanto o melhor classificado receberá 36 vezes o que recebeu o último. Este cálculo é feito para a parte Europeia e a não europeia e cada clube recebe a soma das duas.

De acordo com a página Football Meets Data, no caso do Benfica, o valor referente ao value pillar, adicionado ao coeficiente dos últimos cinco anos, está fixado esta época nos 15,9 milhões de euros, aos quais se junta mais 8,65 milhões referentes ao coeficiente dos últimos dez anos.

Quer isto dizer, feitas as contas finais, que o Benfica amealhou 71,445 milhões nesta edição da Liga dos Campeões e pode chegar aos 83,935, caso elimine o Barcelona.