O Rosario Central pagou, finalmente, o que estava acordado com o Club Atlético El Torito pela contratação de Ángel di María em 1994. Sim, leu bem. O clube canalha demorou 30 anos a liquidar a aquisição do extremo atualmente no Benfica que, entretanto, construiu uma carreira recheada de títulos e com muitos milhões de euros envolvidos nas várias transferências de clube ao longo do percurso. Recuando no tempo, o Rosario detetou um miúdo habilidoso a jogar perto de casa e não perdeu tempo a contactar Jorge Cornejo, então presidente do El Torito, fechando o negócio por... 26 bolas de futebol.

A mudança em definitivo para as camadas jovens do Rosario ocorreu em março de 1995, depois de Fideo ter completado 7 anos. "O dirigente da altura pensou na necessidade imediata, tentou reforçar os escassos recursos do Torito. As bolas nunca chegaram", contou Germán Ángel, presidente do El Torito, no programa 'Siempre Juntos', da Cadena 3 Rosario. "O clube nunca reclamou, porque foi feito de palavra. Hoje, os clubes de bairro estão formados de maneira diferente. Vamos usar as bolas", referiu, sorridente, admitindo que vão dar jeito. "Estamos com 800 meninos. O clube trabalha muito forte", afirmou, frisando o papel social que Di María tem ali. "É lindo ter tanta gente na formação, mas há que estar à altura. Respeitamos muito o Ángel. Sabemos que às vezes não pode vir cá por falta de tempo", referiu.

Apesar da demora de três décadas, o dirigente do El Torito mostra-se compreensivo. "Foi um gesto muito bonito porque, além das bolas, há uma necessidade terrível no clube", afirmou Germán Ángel sobre um acordo que, na altura, foi feito de boca e, talvez por isso, com concretização adiada no tempo.