“Ninguém sabe se foi jogo de despedida, isso é um assunto que ainda não está decidido e por isso vamos fazer a análise do jogo”, começou por dizer Rúben Amorim na flash interview mais esperada pelos adeptos do Sporting dos últimos anos.
À Sport TV, o ainda treinador dos leões começou por tentar esquivar-se das óbvias questões sobre o seu futuro, sublinhando nervosamente que neste momento “não há nada em concreto para se dizer” sobre a sua provável ida para o Manchester United, que quer pagar a cláusula de rescisão do treinador.
“Não tenho nada a dizer, estamos a fazer a análise do jogo e tudo o que eu disser vai criar mais ruído. Não há nada em concreto para se dizer. Quando tiver de falar, algo para dizer de concreto… há o comunicado, toda a gente sabe. De resto ainda não sabemos ao certo os pormenores. Tudo o que eu disser só vai alimentar o ruído. Vai passar pela minha decisão e estarei cá para assumir mas quando tiver certezas de tudo será mais fácil”, continuou.
Sobre o seu inglês, diz estar “rudimentar”, numa conversa em que o treinador se mostrou bem mais desconfortável do que é habitual, assumindo que, frente ao Nacional, o Sporting fez um “jogo estranho”, até porque o “ambiente também estava estranho” em Alvalade.
Durante a conferência de imprensa, Amorim foi novamente bombardeado com perguntas sobre a possível saída, promentendo explicações para mais tarde, seja a decisão “para um lado ou para o outro”, disse. Mas o discurso do treinador transpira que a saída será mesmo o cenário mais provável, mesmo que garanta que “neste momento não há decisão tomada”.
“É a única coisa que se sabe, o interesse do United, o pagamento de uma cláusula e quando eu tiver algo de mais concreto irei chegar aqui e assumir porque passa sempre por uma decisão que é minha. Enquanto não tiver tudo decidido, para um lado ou para outro, não vale a pena estar a dizer muito mais. Não vou dizer nada de jeito porque não tenho nada de jeito para dizer. Digo apenas que irei assumir aquilo que quiser fazer”, atirou.
Questionado sobre declarações anteriores, em que elogiou a estabilidade que tem no Sporting, escapou a Amorim um “a estabilidade não é tudo na vida”.
“Teremos tempo para falar e eu explicarei tudo o que tenho para explicar. Nenhuma das minhas palavras anteriores impede que aconteça algo a qualquer momento no mundo do futebol. Uma coisa não impede a outra”, apontou, dizendo ainda que a “unica vez que faltou à palavra” foi “no dia do avião”, referindo-se à viagem no final da última época para uma reunião com o West Ham. “Sou muito feliz aqui, gosto muito do meu staff e uma coisa não impede a outra”, repetiu.
“Se eu sair os meus jogadores vão ficar desapontado, sem dúvida, mas faz parte da vida. Aconteceu isso em Braga, quando vim da estabilidade do Braga para aqui aconteceu isso e eles ficaram muito desapontados, mas depois acontecem coisas que mudam a vida das pessoas. Tenho de viver com isso. O importante é chegar ao fim, dar a cara e explicar tudo e isso eu vou fazer”, afirmou ainda o treinador de 39 anos.