Depois de Nacional e Benfica terem jogado cerca de oito minutos no Estádio da Choupana antes de o jogo ser definitivamente adiado devido ao nevoeiro intenso que se fez sentir no relvado, A BOLA contactou Victor Prior, diretor do Observatório Meteorológico do Funchal do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), para tentar perceber se este tipo de evento climatérico era possível de prever.

«A situação que se viveu hoje estava claramente identificada desde ontem», começou por dizer o meteorologista. «A previsão era de probabilidade de aguaceiros fracos mais prováveis nas regiões montanhosas a partir do fim da tarde, que se deverão prolongar durante o dia de amanhã [segunda-feira]. É uma situação que vai continuar e atinge o Estádio da Choupana, por estar a 600 ou 800 metros de altitude. Não quer dizer que não possa haver algumas abertas, ou seja, que a nebulosidade temporariamente diminua», acrescentou.

Questionado sobre o porquê de este tipo de situação ser tão frequente no Estádio da Choupana, Victor Prior frisou que «nos últimos três ou quatro meses isto não aconteceu», mas ressalvou que é mais comum de acontecer no outono e inverno: «Está associado a uma linha de instabilidade e tem alguma precipitação associada e, claro, nebulosidade. Este tipo de situação é mais frequente a partir de outubro e até março. É uma situação que claramente é mais frequente durante o outono e o inverno e menos frequente durante o verão e, como dizia há pouco, praticamente durante os últimos três meses não foram vistas nuvens com esta intensidade na Madeira.»