
O resultado sofrido em Eindhoven fazia antever uma partida sem grande história no Emirates. A verdade é que o PSV viajou até Londres numa espécie de missão impossível, onde o melhor resultado seria limpar a imagem deixada na primeira mão dos oitavos. Uma questão de orgulho perante este Arsenal.
Neerlandeses e gunners bateram-se durante 90 minutos, sabendo já de antemão o desfecho quando o relógio de Rade Obrenovič - árbitro da partida - atingisse a hora e meia de jogo. Segue-se uma das equipas de Madrid nos quartos-de-final da Liga dos Campeões.
Flash-backs de uma noite para esquecer
O Arsenal jogou sempre a ritmo de cruzeiro, como quem diz: deixou-se ir com a maré. Ora acelerava, ora relaxava. Consoante os pedidos de Arteta e as intenções do PSV.
Zinchenko abriu as hostes bem cedo, como se de um flash-back se tratasse, uma espécie de trauma de guerra depois daquele 1-7 (!). O relógio marcava seis minutos quando o joker ucraniano armou a perna esquerda e rematou colocado sem qualquer hipótese para Benítez.
A reação neerlandesa não tardou. Empurrados pelos milhares de adeptos que se deslocaram à capital inglesa numa verdadeira declaração de amor ao clube, o red white army chegou-se à frente e à passagem do 19.º minuto Perisic igualou as contas. Guus Til serviu o croata e este, com toda a classe, desviou de Raya.
Devagar e devagarinho, foi o ritmo do encontro na grande maioria do tempo. O espetáculo fora das quatro linhas não foi suficiente para entusiasmar as equipas dentro do «tapete» verde - infelizmente. Mas tal como referido anteriormente, o Arsenal lembrou-se, de tempo em tempo, de acelerar o jogo. É dessa forma que os gunners vão a vencer para o intervalo.
Sterling meteu a quinta, arrancou pela direita, ultrapassou dois opositores e, perto da linha de fundo, cruzou com conta, peso e medida. Declan Rice apareceu no coração da grande área neerlandesa e cabeceou para o segundo da sua equipa.
Sair de cara lavada
No regresso dos balneários, e numa altura em que se previa uma desmoralização da formação forasteira, eis que o PSV volta a conseguir reequilibrar as contas da partida.
Babadi aproveitou o balanceamento ofensivo do Arsenal e lançou Driouech nas costas da defensiva dos gunners. O avançado marroquino recebeu e, como se de um «interturmas» se tratasse, picou por cima de Raya. 2-2 aos 70 minutos.
Arteta mostrou-se satisfeito perante o resultado e, apesar de ter lançado vário habituais titulares na reta final do encontro, o desejo era apenas um: que o encontro chegasse ao fim.
Luuk de Jong ainda ameaçou o 2-3 no último lance da partida, mas o cabeceamento do gigante neerlandês não saiu com a direção desejada. Uma coisa é certa: o PSV até pode ter ido a Londres com a eliminatória fechada fruto da pobre exibição na primeira mão, mas sai do Emirates de cara lavada e com o coração cheio depois do show dos seus adeptos em pleno Emirates.
Ao Arsenal segue-se uma viagem, sempre complicada, à capital espanhola... Madrid.