A Amazon quer que os funcionários retornem ao escritório cinco dias por semana, pondo fim à política de trabalho híbrido. A decisão entra em vigor em janeiro de 2025, revelou o presidente-executivo da Amazon, Andy Jassy, ​​numa nota enviada aos trabalhadores, citada pela BBC.

"Decidimos que voltaremos a trabalhar no escritório como fazíamos antes do início da covid", escreveu, acrescentando que isso ajudará a equipa a estar "melhor preparada para inventar, colaborar e estar suficientemente conectada entre si".

Andy Jassy tem sido sempre cético em relação ao trabalho remoto, mas anteriormente os funcionários da Amazon tinham permissão para trabalhar em casa até dois dias por semana.

A Amazon emprega mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo e a sua política anti-teletrabalho tem sido um dos pontos de tensão. Por exemplo, os funcionários da sede em Seattle fizeram um protesto no ano passado quando a empresa diminuiu o subsídio para o trabalho remoto que foi implementado durante a pandemia. Posteriormente, a Amazon demitiu o organizador do protesto.

O CEO da Amazon diz estar preocupado que a cultura corporativa seja diluída pelo trabalho flexível e muitas camadas burocráticas.

A empresa disse que os funcionários ainda podem trabalhar a partir de casa em circunstâncias incomuns, como uma criança doente ou uma emergência doméstica, como era o caso antes da pandemia.
Mas, exceto situações extraordinárias, a "expectativa é que as pessoas estejam no escritório".

A posição da Amazon contrasta com a abordagem do governo do Reino Unido, que prometeu tornar o trabalho flexível um direito padrão desde o primeiro dia, como parte de um novo projeto de lei de direitos trabalhistas que será publicado em outubro.

Nos EUA, apenas 12% dos trabalhadores em tempo integral estavam completamente remotos e 27% em regime híbrido, de acordo com uma pesquisa mensal de economistas, citada pela BBC.

Depois do pico da pandemia ter passado, algumas empresas têm criticado o teletrabalho e controlado mais o número de dias nesse regime, particularmente nos EUA, como é caso de alguns bancos e consultoras. No Reino Unido a EY também começou a controlar as idas ao escritório no início deste ano.