A Olisipo, empresa portuguesa especialista em recrutamento, gestão de carreiras profissionais de Tecnologias de Informação e formação foi distinguida como uma das melhores empresas para trabalhar na Europa pela “Great Place to Work”, que inclui na sua lista apenas cinco empresas portuguesas.
A empresa mostrou o seu compromisso com o bem-estar e desenvolvimento pessoal e profissional de todos os colaboradores, demonstrando estar a apostar cada vez mais no futuro.
Atualmente, a Olisipo tem mais de 200 vagas abertas, o que demonstra o seu crescimento e investimento contínuo em novos talentos.
Para compreender melhor a distinção conseguida por esta empresa, falámos com Paula Peixoto, a diretora da equipa de People and Culture, que está na empresa há 15 anos. Entrou na Olisipo como recrutadora e depois passou a fazer a gestão de colaboradores e clientes. Agora é a responsável de Recursos Humanos.
O que é que faz de diferente uma empresa para todos quererem trabalhar aqui?
A Olisipo está inserida num mercado muito concorrencial e por isso temos a preocupação em perceber como é que podemos ser diferentes. E aquilo que temos vindo a fazer, e nos últimos 30 anos temos feito isso mesmo, está relacionado com a proximidade que temos com os nossos colaboradores. Olhamos muito para dentro, somos estupidamente humanos e tentamos que sintam isso desde o momento da entrada, desde o processo do recrutamento. E depois fazendo trabalho muito intensivo junto dos colaboradores, no seu dia-a-dia, na proximidade que tem, quer seja pelo acompanhamento que o manager faz junto do cliente, em que há essa proximidade, há uma cara, há uma pessoa, quer seja também pela equipa de people (pessoas), de que eu faço parte e sou responsável. Mais do que uma equipa ou um nome, são pessoas também, e portanto, comunicamos de pessoas para pessoas. Isto é algo que tentamos fazer no nosso dia-a-dia de forma diferente. Depois, na nossa proposta de valor, quando estão numa fase muito inicial, tentamos sempre também incluir algumas valências que nós temos e que são interessantes, nomeadamente na área da formação; damos muita formação aos nossos colaboradores, isso é algo que é importante e valorizado por eles.
Esta área da tecnologia muda todos os dias, os colaboradores têm noção disso, sentem essa necessidade no seu dia-a-dia e logo desde esse momento percebem que na Olisipo, vão ter a possibilidade de melhorar as suas competências a todos os níveis para que possam desempenhar melhor as suas funções, serem melhores profissionais e serem melhores pessoas, porque as nossas formações vão para além das formações técnicas. É algo que nós valorizamos e que fazemos no nosso dia-a-dia para sermos diferentes da concorrência.
É uma empresa que já tem 30 anos e conta com mais de 700 funcionários. Como é que foi essa evolução?
Quando começámos eramos uma empresa muito pequena, mesmo da perspetiva da gestão, era muito familiar e fomos crescendo. Neste momento somos mais de 750 colaboradores, temos uma dimensão já significativa, estamos muito presentes no mercado em vários setores -- não somos propriamente especialistas da área da tecnologia; a tecnologia é a nossa área e por isso já tivemos um crescimento, nestes últimos 30 anos, muito acentuado. Mas aquilo que para nós é muito importante, que é a nossa cultura, é sermos absolutamente verticais. Somos muito próximos das pessoas e mantemos essa verticalidade. O que eu acho que acontece é que atualmente, e comparativamente há 30 anos, sinto que somos uma empresa mais completa, continuamos a envolver-nos muito com a nossa comunidade e também com os nossos colaboradores, mas numa perspetiva mais completa, não apenas da perspetiva da carreira, de serem melhores profissionais, mas também da perspetiva do seu bem-estar enquanto pessoas, porque são absolutamente complementares
"A nossa média de idade são 35 anos, somos uma empresa muito jovem"
Em termos de idade, quem é que são os candidatos que procuram?
A nossa média de idade são 35 anos, somos uma empresa muito jovem. Mas conforme as necessidades que os clientes nos vão apresentando, aí sim, nós vamos identificando os perfis, e que podem ter mais ou menos idade, mais ou menos experiência. Mas 35 anos são colaboradores muito jovens e que estão no início de muita coisa. Estão no início de vida, ou porque casam, ou porque têm filhos, ou porque querem comprar uma casa... Isso faz com que também tenhamos uma responsabilidade de os apoiar em alguns momentos. Posso dar um exemplo muito concreto: às vezes recebemos solicitações dos nossos colaboradores, relacionadas com algumas dificuldades financeiras, um mês mais complicado, início de vida, qualquer coisa desse género. E ficámos muito preocupados com isto. Então, olhamos para o mercado e tentámos perceber como é que podemos ajudar estas pessoas.
Identificámos uma parceria que permite aos nossos colaboradores, de forma pessoal, terem a acesso a parte do seu vencimento. Isto não numa perspetiva de as pessoas poderem livremente aceder ao seu vencimento, mas terem uma almofada financeira, se de repente, for necessário. É natural que às vezes possa haver aqui algumas dificuldades nesta gestão. Mas não quisemos fazer de forma irresponsável, quisemos passar aos nossos colaboradores uma ferramenta que lhes permite tomar uma decisão consciente e responsável, de saber "quando eu acedo a parte do meu vencimento, o que é que isto significa". E fizemos então investimento em formação, em literacia financeira, através de uma parceria que também temos, e antes de disponibilizarmos esta ferramenta aos nossos colaboradores , dissemos: estes são os conceitos, são os riscos que corremos quando recorremos à antecipação do salário, à autorização de créditos ou tudo mais, e assim há consciência, têm esta ferramenta e podem utilizá-la.
Como é que é feito o recrutamento?
A verdade é que neste setor a taxa de desemprego é muito baixa, não há propriamente a proatividade dos candidatos a virem ter de connosco. Se vierem por referenciação ou porque sabem que nós trabalhamos num determinado projeto e querem vir trabalhar connosco. Mas, tipicamente, o que acontece é que nós temos de ser proativos. Estamos presentes nas faculdades, estamos ainda mais presentes nas escolas profissionais, técnico profissionais, de facto, são fontes de recrutamento importantes para nós e para as escolas também, que têm todo o interesse em integrar os seus alunos e os seus estagiários. Nós é que vamos ter com os candidatos, seja nas plataformas de emprego, seja no LinkedIn, porque felizmente, esta não é uma área de desemprego, e está tudo certo. Ainda bem que assim é, queremos que assim seja.
Quando os vossos clientes gostam de um dos vossos funcionários, podem ficar com eles? Há algum acordo?
Há acordo sim, no fundo, isso faz também parte das condições. O nosso objetivo aqui é dar ferramentas e competências às pessoas para elas poderem escolher o seu caminho. Nós trabalhamos diariamente para que a sua experiência connosco seja a melhor possível. Não queremos que eles estejam cá só porque sim ou porque não têm alternativa. Nós queremos que eles utilizem a Olisipo como ferramenta para poderem atingir os seus objetivos pessoais. Isso para nós é muito, muito importante. Se querem trabalhar num dos nossos clientes e percebem que essa via é pela Olisipo, está tudo certo. Nós vamos fazer de tudo para que sejam integrados no cliente, porque o nosso propósito é que as pessoas possam escolher livremente aquele que é o caminho que querem seguir para a sua vida.
"Nós temos muita preocupação com a saúde mental dos nossos colaboradores"
Que peso tem o dinheiro que se paga e outro tipo de benesses oferecidas na retenção de talento?
Cada vez mais isso é valorizado. Se há uns tempos o colaborador olhava essencialmente para a sua liquidez, atualmente não é só isso que conta; a nossa proposta de valor é muito mais do que isso. E os colaboradores valorizam muito os benefícios que têm connosco. Nós temos muita preocupação com a saúde mental dos nossos colaboradores, foi uma consequência direta da pandemia, aprendemos muito com ela. Tornou-nos muito próximos dos colaboradores, porque tivemos de lidar com algumas situações mais complexas, mas a pandemia ensinou-nos e abriu-nos os horizontes para a questão da saúde mental. E por isso atualmente temos a possibilidade de oferecer a todos os nossos colaboradores o acesso a uma plataforma online de acompanhamento psicológico. Para além disso, todos os colaboradores têm acesso a uma plataforma de formação online nas mais diversas áreas: técnicas, processuais, comportamentais, que podem utilizar quando entenderem, quando precisarem e sempre que puderem. Isto faz parte da nossa proposta. Não é só o dinheiro, é tudo isto que tem um peso enorme para eles.
Essa formação é exclusiva só para os colaboradores ou qualquer pessoa pode fazer?
Pode sim, temos um centro de formação com certificação oficial que é absolutamente essencial para podermos dar formação aos nossos colaboradores, mas também pode ser uma unidade de negócio, ou seja, qualquer empresa ou qualquer pessoa a título particular pode vir ter connosco, tem acesso ao nosso plano de formação, ao nosso catálogo e pode fazer as formações que entender.
Têm alguma parceria com o IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional)?
Temos uma parceria com o IEFP, não tanto da perspetiva da formação, mas mais da perspetiva de colocação de candidatos.
Há alguma dificuldade no recrutamento?
Temos algumas, nós temos dificuldades normais, porque os candidatos não têm disponibilidade, por isso é preciso ter uma proposta de valor bastante interessante para captar a atenção deles. Essa é a dificuldade que atualmente temos, mas temos muitos projetos e temos muitas oportunidades para os candidatos que quiserem vir trabalhar connosco, isso temos.
Procuram espontaneamente ou também têm dificuldade em reter o talento?
Temos dificuldade em reter o talento, naturalmente, mas muitas das vezes é por razões relacionadas com o setor e com os projetos. Temos colaboradores que têm as suas ambições, que querem experimentar novas tecnologias, querem experimentar novos projetos, e nós temos de acompanhar essa mudança. Nós próprios, junto dos nossos clientes, estamos sempre a tentar agregar novos projetos e outros da perspetiva tecnológica mais recente possível, para que os nossos colaboradores possam ter estas experiências acompanhados pela Olisipo. Esse é o desafio enorme da mudança que vivemos atualmente, relacionada com a tecnologia: de facto, precisamos de ter projetos que sejam interessantes e que estejam na vanguarda da tecnologia, porque queremos que os nossos colaboradores tenham uma experiência muito rica e que tenham a possibilidade de trabalhar nessas tecnologias.
Qual é a média de anos que os colaboradores ficam na empresa?
Depende dos projetos. Há projetos que são mais estáveis, que são de maior continuidade, até mesmo pelas funções que exercem, funções de suporte ao utilizador, de helpdesk, que têm maior continuidade... E pelo perfil das pessoas, é curioso, elas acabam por procurar essa estabilidade e ficam mais tempo connosco. Agora, tudo o que sejam coisas mais relacionadas com tecnologia mais recente, aí sentimos que há uma rapidez muito grande na passagem dos nossos colaboradores.
Como é que funciona o recrutamento?
Há quem envie o CV através do nosso site, livremente, há respostas a algum anúncio - porque naturalmente nós temos sempre os nossos anúncios em aberto -, ou podem simplesmente contactar qualquer colaborador que esteja relacionado com o negócio no LinkedIn. Um recrutador, um manager, pode espontaneamente entrar em contato com essa pessoa e terá, com toda a certeza, uma resposta nossa.
"É mesmo importante nós olharmos para dentro e não apenas olharmos para o crescimento do negócio"
Que conselhos é que dá às pequenas e médias, mas também às grandes empresas para serem mais atrativas?
Tem tudo que ver com humanização. Eu acho que é mesmo importante nós olharmos para dentro e não apenas para o crescimento do negócio, de uma perspetiva associada à faturação. As pessoas cada vez mais sentem a necessidade de serem respeitadas e tratadas como tal e não apenas como a forma de conseguir atingir os objetivos financeiros da empresa. E isso é absolutamente essencial. Elas sentem isso nas decisões que são tomadas, na forma como são tomadas, na forma como são comunicadas. É preciso olhar para dentro. Eu sei que estou a generalizar, mas as empresas têm muita tendência de olhar para fora e perceber como é que conseguem crescer: vender mais, recrutar mais, mas a verdade é que temos de olhar para dentro, porque as pessoas são absolutamente essenciais para que a empresa cresça. Uma coisa não acontece sem a outra. E as pessoas precisam de sentir essa diferença e esse reconhecimento no seu dia-a-dia.
A Olisipo vai continuar a crescer cada vez mais?
Sem dúvida, faz parte da nossa missão sermos uma empresa infinita, muito recetiva às mudanças do mercado, dos nossos colaboradores, dos nossos candidatos, às mudanças geracionais. Estamos muito atentos a isso, até mesmo da perspetiva da liderança e da gestão das pessoas. Há 15 anos, fazia-se um tipo de liderança que não se pode fazer hoje, porque as gerações são outras, olham para a empresa de outra forma, valorizam a empresa de outra forma; temos de preparar e capacitar isso. Mas queremos crescer e conforme o mercado vai mudando nós também vamos, com toda a certeza, adaptar-nos a todas essas mudanças.