Nos primeiros nove meses do ano, o Bankinter registou lucros de 731 milhões de euros, mais 6,8% do que em igual período de 2023, para o que contou com “uma forte dinâmica da atividade comercial e maior diversificação do negócio”.
E, apesar da maior fonte de receitas se encontrar em Espanha, a operação em Portugal continua a ter um peso importante, segundo o comunicado divulgado esta quinta-feira. A sucursal em Portugal registou mesmo um crescimento maior no resultado antes de impostos do que o Bankinter Espanha.
Os resultados em Portugal aumentaram 13%, face a igual período de 2023, para 154 milhões de euros. Globalmente, o crescimento antes de impostos do grupo foi de 7,9% para 998 milhões de euros, face ao terceiro trimestre de 2023.
Crédito cresce 11% em Portugal
Na operação em Portugal “a carteira de crédito cresce 11% em termos anuais até aos 10.000 milhões de euros, dos quais 6.500 milhões de euros são referentes à banca comercial (+7%) e 3.200 milhões de euros (+22%) à banca de empresas”, lê-se no comunicado.
O Bankinter assinala que a subida das linhas de negócio do grupo no que diz respeito à banca de empresas registou em Portugal “a subida de uns meritórios 22%”.
A carteira do grupo ascende a 33.000 milhões de euros , o que corresponde a um crescimento de 5% face a setembro de 2023. Em Espanha o crescimento foi de 4%, face a uma descida setorial de 2%, segundo dados do Banco de Espanha de agosto.
Os recursos de clientes dentro e fora do balanço cresceram 25% até aos 9000 milhões de euros, e para os recursos fora do balanço o crescimento anual foi de 11%, ascendendo os mesmos a 4000 milhões de euros.
Em Espanha, produtos concorrentes dos depósitos crescem 23%
O grupo Bankinter dá nota de que registou “um crescimento sólido do banco em todos os volumes do seu negócio com clientes, em especial os recursos geridos fora do balanço, que crescem 23,3%”, ou seja, mais 10.383 milhões, para 54.903 milhões de euros. Os recursos fora do balanço são produtos como fundos de investimento e obrigações, entre outros, que possibilitam uma remuneração mais atrativa do que os depósitos a prazo, mas não garantem o capital investido.
Os recursos de clientes de retalho ascenderam a 81.287 milhões de euros, o que representa mais 3,9% do que há um ano.
Já a carteira de crédito do grupo ascende a 78.359 milhões de euros, mais 4,7% do que em igual período de 2023.
O negócio hipotecário, sublinha o banco, dá sinais de estabilização: "A nova produção hipotecária nestes nove meses é igual à do mesmo período do ano passado, 4.200 milhões de euros, com uma quota de mercado de 7% em Espanha, 6,9% em Portugal e 8% na Irlanda, segundo os últimos dados publicados pelos bancos centrais destes países”.
Já a carteira hipotecária residencial do grupo Bankinter “situa-se no final de setembro nos 36.200 milhões de euros, mais 5% do que na mesma data de 2023”.
O rácio de eficiência do banco é de 34,6%, “liderando no setor, assim como no seu perfil de risco, ao registar um rácio de morosidade de 2,2%, e rentabilidade, com um ROE (que mede a rentabilidade dos capitais para remunerar os acionistas) de 17,1%”.
O banco liderado por Gloria Ortiz refere ainda que “as rubricas da conta de resultados crescem a um bom ritmo, face ao período homólogo: margem de intermediação de +5,5%; margem bruta de +7,30%; e margem de exploração de +7,8%”.
Sublinha também que compensou "um contexto de descida de taxas de juros com crescimentos nos volumes de negócio, tanto na carteira de crédito como nos recursos de clientes, com especial destaque para os geridos fora do balanço”. “Esta maior atividade comercial trouxe melhorias em todas as rubricas da conta de resultados e em todos os rácios”, conclui-se.
“A margem de juros alcança os 1728 milhões de euros, o que representa mais 5,5% do que o valor registado há um ano, e isto apesar da descida das taxas de juro e de um crescimento conjuntural do custo dos recursos”, refere o grupo espanhol.
Já a margem bruta, a qual abarca todas as receitas do grupo, ascende no final do terceiro trimestre a 2151 milhões de euros, mais 7,3% do que há um ano", o que foi suportado “por um excelente desempenho das receitas das comissões, maioritariamente provenientes de serviços de maior aportação de valor para o cliente, que somam um total de 668 milhões de euros em comissões recebidas, quase mais 10% do que há um ano”.
E enumera: “entre as comissões, destacam-se as provenientes do negócio de gestão de ativos, 239 milhões de euros, com um crescimento de 16%; as do negócio transacional de cobranças e pagamentos, 145 milhões de euros, mais 7%; ou as do negócio de valores, que englobam gestão, custódia e brokerage, que crescem 10% até aos 98 milhões de euros”.
Finalmente, “o rácio de capital CET1 fully loaded melhora ligeiramente no ano até aos 12,6%, superando em 470 pontos-base o mínimo regulatório exigido pelo BCE ao Bankinter, que é 7,86%, o mais baixo da banca cotada em Espanha”.
Face ao negócio, “a principal fonte de receitas do banco continua a estar em Espanha, incluindo o EVO Banco”.
E, resumindo os grandes números, lê-se no comunicado que, face aos dados até 30 de setembro de 2024, "a carteira de crédito em Espanha situa-se nos 65.000 milhões de euros, com um crescimento de 2,4%. Quanto aos recursos de clientes, alcançam os 75.000 milhões de euros, mais 5%, enquanto os geridos fora do balanço registam um crescimento anual de 25% até aos 51.000 milhões de euros. O resultado antes de impostos em Espanha atingiu os 998 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8%.”
Já no que toca à Irlanda, onde o grupo também marca presença, “a carteira de crédito cresce 34% em base anual até aos 3700 milhões de euros, dos quais 2700 milhões dizem respeito a crédito hipotecário, que cresce 41%”.
O resultado antes de impostos da sucursal na Irlanda ascendeu a 29 milhões de euros, mais 12% do que o valor registado em igual período de 2023.