O BCP regista um lucro de €714 milhões em ternos consolidados, com o negócio em Portugal a contribuir com 606 milhões de euros, mais 8,8% do que em setembro de 2023.
Miguel Maya, presidente do BCP, apresenta as contas do banco como é habitual e avisa logo que esta conferência "é especial porque vamos apresentar as principais linhas do plano estratégico para 2025-28.
Sublinha os rácios robustos de capital do banco, com um rácio de capital total de 20,8%.
Os recursos de clientes aumentam nos primeiro nove meses do ano 9,1% para 100,8 mil milhões de euros.
Já o crédito concedido sobe 1,5% para 57,5 mil milhões de euros, mas em Portugal a concessão de crédito cai 2,1% para 38,58 mil milhões.
Os ativos não produtivos, prossegue Miguel Maya, “já não é um problema”, a redução está a “correr a bom ritmo: 92 milhões em NPE e 60 milhões de euros em imóveis recebidos por recuperação".
A margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos pelo banco e o juros cobrados nos créditos), caiu marginalmente 0,3% para 2,1 mil milhões de euros. Com destaca para uma queda mais acentuada da margem financeira em Portugal para 1000,3 milhões de euros, menos 8,6%.
As comissões somaram 601,8 milhões, mais 4% em termos consolidados com as comissões em Portugal a subir 3,6% para 434,9 milhões de euros.
As imparidades e provisões registaram uma recuperação com uma queda de 22,9% para 627,4 milhões de euros.
Desafios para o novo ciclo
Miguel Maya após fazer um balanço do passado e da superação dos objetivos traçados para 2024, sublinha que o BCP “está bem preparado para dar resposta à evolução das necessidades dos clientes. Tem uma base sólida de clientes e em termos de exigências regulatórias estamos também mais preparados para proteger os nossos clientes das suas interações”.
A liderança na orientação das novas tecnologias é “enorme”, prossegue Miguel Maya. Por exemplo, as vendas digitais em Portugal representavam em 2018, 18% e pesam até ao terceiro trimestre do ano agora 59%
No novo ciclo do BCP, o banco está bem posicionado nas geografias onde tem presença, como a Polónia e Moçambique.
Miguel Maya sublinha as previsões do crescimento real do PIB entre 2024 e 2028 na ordem dos 3,4% em Portugal e Polónia de 2,5%.
Um retorno de capital de 13,5% em 2028
A ambição e estratégia para este ciclo é “valorizar os três pilares que sustentam o banco: ps clientes, superando os 8 milhões de clientes ativos, e ter os clientes mobile a superarem mais de 80% do total”.
Em paralelo promover uma “organização mais produtiva” promovendo os trabalhadores.
No que aos acionistas diz respeito “perspetivamos um ROE acima dos 13,5% e avançar com uma distribuição até 75% de um resultado líquido acumulado entre 4 mil milhões e 4,5 mil milhões de euros entre 2025 e 2028. E se o supervisor o aprovar”, resume o presidente do BCP. O ROE é o rácio que mede a capacidade de retorno aos acionistas.
Em ternos de crescimento orgânico “falamos de mais de 190 mil milhões de euros em volume de negócios, dos quais 120 mil milhões em Portugal e um custo de risco de crédito abaixo dos 50 pontos base”, acrescenta. E questionado pelo Expresso face ao facto de este indicador ser idêntico ao que já existe no BCP, que esta meta “é muito positiva e é compatível com a ambição de querermos ser um banco que toma riscos para apoiar os clientes e a economia”. Mais afirma que “em 33 anos de atividade bancária não tenho memória de um custo de risco abaixo dos 50 pontos-(base)”
Frisa ainda um outro objetivo: um rácio cost-to-income nos 40%, em 2028.
“Desde 2018 que não temos um plano estratégico tão ambicioso. Queremos depois de ter recuperado o banco, jogar na liga dos campeões", remata Miguel Maya.