
O eclipse solar deste sábado, 29 de março, que ocorrerá entre as 9h30 e as 11h30, vai ser um desafio para a gestão da rede elétrica: segundo a estimativa da REN - Redes Energéticas Nacionais, o fenómeno irá eliminar 23% da produção de eletricidade prevista para aquele período, e que terá de ser suprida com outros recursos que não a energia fotovoltaica.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a gestora da rede explica que com o eclipse o sistema elétrico nacional (SEN) deverá perder, durante um par de horas, uma capacidade de produção de 560 megawatts (MW), e o equivalente a 23% da produção elétrica esperada para aquele período (mas que corresponde a 8,5% do consumo que a REN projeta para essas duas horas).
“Durante o eclipse, estima-se uma perda de 10 MW por minuto e uma recuperação à taxa de 22 MW por minuto, o que causará desafios operacionais relacionados com o equilíbrio entre geração e o consumo no SEN e com controlo do desvio na interligação com Espanha”, nota a REN.
A perda de produção fotovoltaica durante o eclipse obrigará a mobilizar reservas adicionais de outras fontes de eletricidade, nomeadamente centrais hídricas e termoelétricas.
Os números avançados pela REN correspondem apenas à rede gerida e monitorizada pela empresa, mas não incluem o efeito que o eclipse também terá na produção para autoconsumo (ou seja, os painéis fotovoltaicos que famílias e empresas têm nas suas instalações). Nessa vertente (a chamada “produção descentralizada”), o efeito do eclipse será um aumento do consumo de energia da rede, obrigando a um aumento das centrais convencionais.
A REN realça que “a preparação para este evento tem vindo a ser realizada em estreita colaboração com os restantes operadores de transporte europeus”. A nível europeu o eclipse deverá afetar uma potência total de 21.000 MW, quase tanto como toda a potência que o sistema elétrico português tem em operação.