O governo sueco recusa-se a avançar com um resgate financeiro para ajudar a gigante de baterias elétricas Northvolt, que está com dificuldades económicas e a lutar pela sobrevivência, escreve o “Financial Times”.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, disse que quer posicionar a Suécia como líder na transição energética e climática, com empresas como a Northvolt a forneceram grandes grupos como a Volvo Cars e a Atlas Copco. Contudo, isso não significa que queira por o Estado a entrar no capital da empresa. "Não há qualquer possibilidade de o Estado sueco entrar na Northvolt e tornar-se acionista. Neste momento, a bola está no lado dos acionistas", afirmou.

O grupo sueco de baterias é uma das grandes apostas da Europa para lutar contra empresas como a CATL e a BYD da China, a Panasonic do Japão e a Tesla dos EUA na liderança do setor de baterias.

O grupo está a tentar desesperadamente angariar capital enquanto se concentra na sua primeira gigafábrica. Serão despedidas pessoas e uma parte de uma das suas fábricas será encerrada.

Segundo o “Financial Times”, os fabricantes de automóveis, incluindo os maiores acionistas da Northvolt, a Volkswagen e a Volvo Cars, fizeram soar os alarmes sobre o ritmo lento das vendas de automóveis elétricos. E a BMW, um dos primeiros apoiantes da Northvolt, cancelou um contrato de 2 mil milhões de dólares com a Northvolt no início deste ano, frustrada com o atraso nas entregas.

Esta decisão do governo sueco pode ter repercussões em Portugal, onde a Northvolt tem vindo a planear, em conjunto com a Galp, uma refinaria de lítio em Sines (distrito de Setúbal). Este projeto está em fase de licenciamento ambiental e o período de consulta pública começou na semana passada.

Ao “Jornal de Negócios”, uma fonte da Galp já tinha referido que o projeto se atrasou, passando de 2026 para 2028. Uma parte do atraso deve-se ao acesso a fundos nacionais e europeus. Na página do Banco Europeu de Investimento, o projeto da refinaria de Sines surge incluído na lista de "projetos a financiar", mas o pedido está para aprovação desde fevereiro.