O Banco Montepio passou de um prejuízo de 21,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano passado para um ganho de 96 milhões em igual período deste ano, revelou a instituição em comunicado esta segunda-feira.

Os resultados tiveram o contributo positivo do aumento do produto bancário, ou seja, das receitas do negócio, assim como da redução de imparidades e provisões e pelo “efeito da desconsolidação do Finibanco Angola nas contas de 2023”, diz o banco liderado por Pedro Leitão.

Os resultados sublinham que "o valor líquido do agregado Imparidades e Provisões fixou-se em 21,9 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, evidenciando, no agregado, uma menor dotação em 22,5 milhões face ao valor observado no período homólogo de 2023".

O Banco Montepio especifica que a “a imparidade de crédito nos primeiros nove meses de 2024 totalizou um valor líquido de 11,2 milhões de euros, comparando com o valor de 32,9 milhões de euros apurados no período homólogo de 2023”, o que contribuiu “para a melhoria da qualidade da carteira de crédito, evidenciando um custo do risco de crédito de 0,1%” no período em análise (face aos 0,4% registados no final do ano anterior).

O crédito bruto concedido a clientes cresceu 1,6%, para 11,9 mil milhões de euros. Já “o crédito líquido cresceu 286 milhões de euros (mais 2,5%)”, mantendo, segundo o Banco Montepio, “um perfil criterioso na concessão de crédito”, e tendo sido acompanhado pela redução de 65 milhões de euros (-17%) das exposições não produtivas (NPE), para 316 milhões de euros. O rácio de NPE no final de setembro era de 2,6%.

Já a captação de recursos de clientes subiu 13,3%, de 12,8 mil milhões de euros para 14,5 mil milhões de euros, nos primeiro nove meses do ano.

A margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito) caiu 1,7%, para 296 milhões de euros. O Banco Montepio sublinha que para isso contribuiu o custo dos depósitos a prazo e o custo de financiamento.

“Pese embora a evolução dos juros do crédito a clientes, induzido pelo comportamento favorável do crédito e pelo efeito do repricing dos contratos, e dos juros resultantes das aplicações efetuadas em títulos e do excesso de liquidez depositado no Banco de Portugal, ainda assim, não foi possível compensar a subida dos juros de depósitos pagos a clientes e o custo do financiamento via mercado de capitais”, observa o banco.

As comissões líquidas mantiveram-se estáveis, com um crescimento marginal de 0,1%, para totalizaram 95,6 milhões de euros.

O rácio de eficiência piorou para 50,9%, face a 46,7% em igual período de 2023.

Os custos operacionais, por seu turno, subiram 1,8%, para 202,4 milhões de euros, com os gastos administrativos e depreciações e amortizações a contribuírem com crescimentos de 11,6% e 19%, respetivamente, para 52,6 milhões de euros e 33,1 milhões de euros. Os gastos com pessoal baixaram 5,8%, para 117 milhões de euros.

O rácio de capital total ascendeu a 19,1%.