A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, diz que está satisfeita com as verbas destinadas ao setor da saúde no Orçamento do Estado para 2025.

"É o segundo maior aumento, 9%, que o Orçamento do Estado aloca à Saúde e isto é ine quivocamente uma prova que este Governo e o Sr. primeiro-ministro dão à saúde dos portugueses", refere Ana Paula Martins.

A proposta do Orçamento do Estado para 2025 prevê que a despesa com pessoal do SNS aumente cerca de 425 milhões de euros no próximo ano, totalizando 7,09 mil milhões de euros (+6,4%).

No global, a Saúde vai dispor no próximo de ano de mais de 16,8 mil milhões de euros, com a dotação orçamental essencialmente repartida por despesas com pessoal (41,8%) e aquisição de bens e serviços (49,6%), que inclui as compras de medicamentos, os meios complementares de diagnóstico e terapêutica e as parcerias público-privadas.

Fnam vai "endurecer luta" contra políticas do Governo

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) anunciou, no sábado, que irá "endurecer a luta" contra as políticas do Governo para a saúde e que irá reunir-se com os sindicatos das restantes classes profissionais do setor para definir um plano com esse objetivo.

A ministra da Saúde reitera que manterá o diálogo com os sindicatos do setor, mas alertou que há "linhas vermelhas que são intransponíveis" para se poder chegar a um consenso.

"Estamos numa democracia mas não comentamos aquilo que é matéria dos sindicatos e das suas formas de luta. O que nos interessa (...) é que manteremos o diálogo sempre com os profissionais de saúde que queiram dialogar com o Governo e que queiram manter-se sentados na mesa de negociações, não colocando linhas vermelhas que são intransponíveis, porque a negociação é isso mesmo, é não colocarmos uns aos outros obstáculos tais que não consigamos chegar a um consenso", salientou a governante.

Ana Paula Martins assegura que o Governo está disponível "para ouvir, para construir e para negociar" tudo o que "for para beneficiar os cidadãos", frisando que esse é o seu foco.

Neste momento, a negociação é com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), "o único sindicato que quis continuar sentado à mesa com este Governo para encontrar nos próximos dois meses, até ao final do ano no máximo, melhores condições para os médicos no Serviço Nacional de Saúde", disse Ana Paula Martins.

A ministra recordou o acordo alcançado com a plataforma que inclui cinco sindicatos - Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos, Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Sindicato Independente Profissionais Enfermagem e Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal - que prevê um aumento salarial de cerca de 20% até 2027, que começará a ser pago em novembro deste ano.

A "boa notícia" para a urgência pediátrica de Viseu

Esta segunda-feira, Ana Paula Martins garantiu ainda que aurgência pediátrica de Viseu, que está encerrada à noite há quase cinco meses, vai começar a funcionar nas próximas três semanas.

"Sabemos que o problema se arrasta há vários meses (...). Até vos posso dar uma boa notícia: temos neste momento a segurança que nas próximas 2/3 semanas o problema será resolvido", garante.

A urgência pediátrica de Viseu está encerrada durante a noite desde junho, apesar das promessas feitas para encontrar uma solução para a falta de médicos pediatras.

O bloco começou por fechar no início do ano durante a noite ao fim de semana, depois passou a sete noites por semana de portas fechadas. Trocaram-se os governos e os conselhos de administração e nada mudou. Ainda antes de, em junho, deixar de haver urgência durante todas as noites, a ministra da Saúde correu até Viseu para garantir um plano.

Praticamente cinco meses depois, solução não se vê. Um centro de saúde passou a ter portas abertas com um médico de medicina familiar até às 23:00 e os utentes devem ligar para a Linha Saúde 24 para serem encaminhados.

Com uma viagem mais longa, já houve casos de crianças que viram o estado clínico agravar-se durante o transporte para Coimbra. A solução foi pedir apoio dos médicos do INEM, que acabaram por intervir a meio da viagem.