"Projetamos que a média da taxa de câmbio da moeda nacional se enfraqueça, de 871,5 kwanzas por dólar em 2024, para 927,4 kwanzas por dólar este ano, o que vai manter a inflação sob pressão", escrevem os analistas no comentário à evolução da inflação em Angola, que teve uma subida de 28,1% no ano passado.
Na análise, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, o departamento africano desta consultora britânica aponta para uma previsão de abrandamento da inflação para 19,2% este ano, o que compara com os 28,1% registados, em média, durante o ano passado.
"A nossa visão é que a inflação vai continuar a descer este ano, devido aos efeitos favoráveis de base e à inexistente pressão dos preços das matérias-primas", escrevem os analistas, vincando que a desvalorização da moeda nacional, para mais de 900 kwanzas por dólar, durante o segundo semestre do ano passado, vai ajudar a abrandar a inflação este ano.
Angola registou uma inflação média de 28,1% em 2024, terminando o ano com uma subida de 1,7% dos preços em dezembro face ao registado em novembro, e um aumento homólogo de 27,5%.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, divulgados na segunda-feira ao final do dia, os angolanos enfrentaram uma subida de 27,5% dos preços em dezembro do ano passado, face aos valores de dezembro de 2023, ao passo que o índice que mede os preços subiu 1,7% em dezembro do ano passado, face ao registado no mês anterior.
"A variação homóloga em dezembro situa-se em 27,50%, registando um acréscimo de 7,49 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior", lê-se no relatório sobre a evolução dos preços em Angola, em que se salienta que, "comparando a variação homóloga atual [dezembro de 2024] com a registada no mês anterior, verifica-se uma desaceleração de 0,91 pontos percentuais".
Em Luanda, a província onde os preços mais subiram em 2024, em dezembro do ano passado, os preços estavam 32,18% mais caros do que em dezembro de 2023, de acordo com os dados do INE, que dão conta de um "acréscimo de 6,16 pontos percentuais em relação à observada em igual período do ano anterior".
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