No momento em que entramos em contagem decrescente para a grande festa dos 40 anos da BLITZ, na Meo Arena, em Lisboa, a 12 de dezembro – com concertos de Xutos & Pontapés, Capitão Fausto, Gisela João e MARO –, pedimos a músicos, promotores, jornalistas, radialistas e outras personalidades que vão ao baú resgatar memórias de quatro décadas de história, deixando-nos, também, uma mensagem para o futuro.

“É o meio mais constante e consistente e acho que essa consistência acaba por, no processo dos 40 anos, revolucionar completamente o meio musical em Portugal”, defende Branko sobre o impacto da BLITZ, “não há outro meio ao qual se possa apontar o dedo da mesma forma, a nível escrito. Existem segmentos de outros meios maiores, mas enquanto uma voz, uma revista, exclusiva de música é a BLITZ. E isso faz toda a diferença. Quando uma pessoa está no sótão da sua casa, na Amadora, a tentar fazer uma música que crie uma ligação com as pessoas, tenho a certeza de que um dos instrumentos para conseguir isso será essa revista, esse espaço, esse site, essa notícia”.

Confessando que a recordação mais antiga que tem da publicação “são recortes de jornais” que fazia (“recortava os jornais, uma notícia ou outra que me interessavam dos Da Weasel, disto ou daquilo”), Branko, que se deu a conhecer nas páginas da BLITZ com os projetos Buraka Som Sistema e 1-Uik Project, garante qua a ligação maior “foi mesmo com a revista”. “Na minha cabeça, quando comecei a consumir a BLITZ já estava a fazer música. Para mim, não existem assim tantos meios em Portugal que criem esses espaços de celebração de artistas, de construção de um artista enquanto um herói, de uma cena musical de uma cidade, de um país, o que quer que seja… a BLITZ sempre representou isso”.

“Ser capa da BLITZ ou tocar nos prémios BLITZ eram tudo marcos para qualquer artista de ambição. Isso sempre foi uma coisa que me marcou: ter a certeza de que queria estar naquelas páginas e, de alguma forma, contribuir com a minha parte para a narrativa dessas páginas. Ficava sempre super feliz quando isso acontecia”, acrescenta o produtor e DJ. “A longevidade, hoje em dia, é uma conquista incrível e aquilo que eu desejo são mais 40 anos com espaço dedicado à música. Infelizmente, vivemos numa era em que outras grandes instituições da música, como a Fnac ou outras, que viviam muito a música, começaram a perder um pouco de terreno e passaram a ter de ser muito mais multifunções… O que desejo é que os próximos 40 anos continuem a ser exclusivamente sobre música. É aí que está a conquista”.