Recentemente, Bernardo Silva, jogador do Manchester City, considerou que o calendário está “louco” e que a carga de jogos “é completamente absurda”, ficando sem tempo para a família.
Perante este desabafo, o jornalista Luís Osório usou a sua rubrica ‘Postal do Dia’ para dar um recado ao jogador que ganha 18,6 milhões por época, ou seja, mais de 1,6 milhões por mês.
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“Vive numa capsula de privilégio”
“Bernardo Silva tem menos de 30 anos e, aconteça o que acontecer, será um dos melhores jogadores portugueses de sempre. O seu virtuosismo e inteligência tornam-no um caso raro na história do futebol, não precisa como a maioria de ser forte fisicamente ou de ter nascido predestinado. O Bernardo ilumina o seu jogo por ser mais rápido do que os outros a pensar dentro de campo”, começou por elogiar.
“No entanto, Bernardo vive aparentemente numa cápsula de privilégio. Só assim se pode entender o que afirmou numa das suas últimas conferências de imprensa. Queixou-se do excesso de jogos e do enorme e injusto peso de não poder estar mais tempo com os amigos e a família. Confesso-te que congelei. O Bernardo Silva, que ganha 410 mil euros por semana, teve a coragem de se queixar da quantidade de jogos e da falta de tempo para estar com os amigos e a família?”, questionou.
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“É até chocante”
“Saberá o Bernardo como vivem hoje as famílias? Saberá as horas que um português de salário mínimo tem de trabalhar? As horas que passa em transportes? O que tem de fazer para compensar a falta de dinheiro a meio do mês? Saberá o esforço que tanta gente que ganha tão mal faz para o ver jogar e alimentar a máquina do futebol e ajudar a que o seu ordenado seja aquele e não outro? Saberá quantas horas dormem as mulheres que limpam as fábricas, as empresas e as nossas casas? Todas as madrugadas a acordarem e a apanharem autocarros apinhados de gente ensonada que faz o que é preciso para ganhar num mês o que o Bernardo ganha enquanto põe as caneleiras? Saberá quantas horas trabalham e em que condições os homens nas fábricas, nas minas, nas obras?”, continuou.
“É legítimo que Bernardo Silva tenha pena de não passar mais tempo com os amigos e de não visitar os pais sem ser quando o “rei faz anos”, mas bolas. Não se queixe do incómodo de não poder estar com os amigos por ter excesso de trabalho. Não é certo. Não é justo. É até chocante. 410 mil euros por semana. 1 milhão e 600 mil euros por mês. Não me lixes, Bernardo”, rematou.