"O mundo é uma máquina de moer a mulher". Esta foi uma das frases marcantes de Luana Piovani ao relembrar o episódio de violência doméstica que sofreu, criticando a forma foi tratada pela sociedade e pela empresa para a qual trabalhava na altura.

Esta segunda-feira, 25 de novembro, a atriz esteve no programa 'Sem Censura', da TV Brasil, e ficou visivelmente emocionada ao falar sobre o assunto: "A maior dor que eu passei não foi ter sido agredida, foi o que a sociedade fez comigo depois. Estava numa altura que não era um movimento comum [o do fim da violência contra a mulher]", afirmou.

"As pessoas adoram dar-nos personagens e quando não aceitamos essas personagens, elas ficam com raiva de nós. Eu nunca aceitei essa roupinha que a sociedade brasileira me quis vestir. Então, o que aconteceu: quando eu fui lá e denunciei a violência, as pessoas espezinharam-me, a sociedade espezinhou-me. Eu não falo só sobre as pessoas da rua, a empresa para a qual eu trabalhava tratou-me mal. Eu não tive suporte de absolutamente ninguém que não fossem os meus pais, os meus cinco amigos que souberam e o meu terapeuta", explicou.


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"As pessoas diziam que eu tinha feito aquilo porque queria aparecer, queria chamar a atenção. E existem milhares, milhões de mulheres que diziam 'vem bater em mim' porque ele era considerado bonito, sex symbol", continuou, sem citar nomes.

É importante recordar que Dado Dollabella foi condenado pela Leia Maria da Penha, em 2010, por agredir Luana Piovani. O episódio aconteceu em 2008. Em 2016, Dado foi absolvido no STF pela ministra Rosa Weber.

"Mas o que atrapalha muito a nossa luta são as mulheres machistas, que são quase um terço do planeta machista. Enquanto as mulheres forem machistas, elas dão força aos homens machistas", acrescentou.