A pequena Títi, como é carinhosamente tratada, tinha apenas quatro anos quando foi alvo de racismo pela primeira vez. Esta sexta-feira, 23 de agosto, sete anos depois, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso celebram a condenação da mulher que chamou “macaca”, entre outros insultos, à filha.

“Hoje celebramos uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde”, começaram por escrever na legenda da publicação de uma fotografia da menina.

O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?”, questionaram.

E continuaram: “Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo.”

PORTUGUESA ACUSADA PELO MP. GIOVANNA EWBANK E BRUNO GAGLIASSO REAGEM: “VENCEMOS”

Dayane Alcântara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, foi condenada a “oito anos e nove meses de prisão em regime fechado”. Esta á primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e esta ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico. O direito criminal diz que pouco pode ser feito pela reversão da pena, no máximo a sua redução. E assim esperamos e seguiremos confiantes na justiça, pois há anos que estamos a lutar por entendermos que esta vitória não é nossa, mas da nossa filha, coletiva e de toda uma comunidade”, esclareceram.

“Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar”, remataram.