Foi a 11 de junho deste ano que ficou conhecida a sentença do processo movido pela SIC contra Cristina Ferreira e a sua empresa, Amor Ponto, Lda, da qual é também sócio o seu pai, António Ferreira.
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O canal de Paço de Arcos começou por pedir para ser indemnizado em cerca de 20 milhões de euros por quebra unilateral de contrato, uma vez que a apresentadora denunciou o contrato dois anos e cinco meses antes deste chegar ao fim, tendo, entretanto, reduzido o valor para 12 milhões de euros. Contudo, a também atual acionista da Media Capital apenas se mostrou disponível para desembolsar cerca de 2,2 milhões de euros correspondentes aos 29 meses que não esteve ao serviço da SIC. De acordo com a sentença, o Tribunal de Sintra acabou por decidir condenar a empresa de Cristina Ferreira em 3,3 milhões de euros.
Contudo, segundo avança agora o Correio da Manhã, a apresentadora da Casa dos Segredos não aceita a decisão da juíza encarregada do processo e defende ainda que não tem qualquer obrigação de pagar uma indemnização à SIC.
No recurso, Cristina Ferreira insiste novamente que há um incumprimento por não ter exercido as funções de consultoria à Direção de Entretenimento da SIC, segundo a mesma publicação.
Cristina Ferreira desiludida por não exercer funções acordadas com a SIC
Quando decidiu mudar-se para o canal concorrente, em 2018, deixando para trás a casa que a viu crescer, a TVI, Cristina Ferreira foi com a promessa de, além de trabalhar como apresentadora, ir ocupar um cargo de assessoria na direção de Programas e Entretenimento da SIC, o que “correspondia àquilo que a mesma entendia ser o passo seguinte da sua carreira em televisão, pelo que para si era muito importante esse desempenho”, e, no âmbito dessa função, “teria uma participação ativa nas decisões deste no que diz respeito à direção estratégica e de programação de toda a área de Entretenimento”, pode ler-se na contestação à qual a TV 7 Dias teve acesso.
Este cargo foi, segundo o mesmo documento, fundamental para que Cristina Ferreira virasse costas à TVI e abraçasse esta nova aventura no canal concorrente. Ora, tais pretensões acabaram por sair goradas uma vez que a SIC acabou por nunca solicitar, à atual sócia da Media Capital, “nenhuma colaboração relativa à segunda vertente da atividade”.
Além disso, na mesma contestação, a apresentadora revelou que a única liberdade total que tinha era no seu programa da manhã, O Programa da Cristina, e que se queixou “em algumas ocasiões e circunstâncias do seu desagrado”. Deu como exemplo “almoços ocorridos entre si e Francisco Pedro Balsemão [presidente-executivo da Impresa], onde este, ouvindo-a, lhe assegurou que iria mudar esta situação”, algo que não aconteceu “até ao termo do contrato”. Por este motivo, considerou a sua defesa que Cristina viu “frustradas as suas legítimas expectativas e direitos”.
Daniel Oliveira estava disposto a pagar 90 mil euros por mês para garantir Cristina Ferreira
Tendo em conta os resultados históricos que a SIC atingiu com a contratação de Cristina Ferreira, Daniel Oliveira, diretor-geral de Entretenimento da Impresa e diretor de Programas do canal, quis segurar a apresentadora e, como tal, a 26 de junho de 2020 enviou-lhe um e-mail onde deixou bem clara a sua intenção: “Venho formalizar uma proposta de renovação antecipada do teu atual contrato de prestação de serviços, que gostaríamos de anunciar no próximo dia 8 de setembro”. Para garantir a sua permanência, a SIC estava disposta a gastar mais € 10 mil por mês, subindo-lhe o ordenado para € 90 mil.
Mas isto não era suficiente para Cristina Ferreira. É que, apesar da SIC estar disposta a aumentar-lhe o ordenado, a TVI deu-lhe algo mais importante: “5% das ações da empresa e (finalmente) trabalho e um cargo de direção nas áreas de Programas de Entretenimento”, referem os seus advogados.
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Textos: Ana Rocio com Carla Ventura e Ana Lúcia Sousa; Fotos: Impala e Divulgação SIC