Marco Paulo tem mais de 55 anos de carreira e uma vida de sucesso nos palcos e fora deles, que lhe valeram seis milhões e meio de discos vendidos, 150 discos de prata, ouro e platina.
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Foi diagnosticado pela primeira vez em 1996, com um cancro no abdómen, em 2020, com um cancro na mama, em 2022, no pulmão, e, em novembro de 2023, no fígado. Superou todos eles e está otimista, como homem de fé que é, que irá vencer mais esta batalha. Não quer pensar na morte, mas assume que às vezes não consegue evitar e chora.
Contudo, amigos e apoio não lhe faltam. Para além da preocupação e visitas frequentes, Marco Paulo não é esquecido e, volta e meia, é referido ou até homenageado pelos seus mais queridos. Desta vez, foi Luís Osório que decidiu dedicar o Postal do Dia desta terça-feira, 22 de outubro, ao cantor.
“De repente havia gente que chorava sem que se percebesse de que chorava”
“Marco Paulo está pronto para a sua última viagem“, começa por escrever. “Marco Paulo está muito doente. É provável, ele próprio o diz, que um dia destes precise de partir. E eu quero agradecer-lhe por ter estado. Por ter cantado as canções que uma parte do país desejou ouvir e fez suas. Por ter sido do povo mais humilde, das mulheres que o viram como um filho ou como um amante impossível ou apenas como alguém que soube sempre estar próximo, que se ofereceu às pessoas como se lhes pertencesse“, continuou.
“Os seus espetáculos eram bonitos por isso. Porque de repente havia gente que chorava sem que se percebesse de que chorava, gente que o venerava sem que soubéssemos a razão para tão profunda veneração, mulheres que punham a sua roupa de domingo, a sua roupa por estrear, para o ouvir e, quem sabe, para que notasse a sua presença. A razão era ele“, escreve ainda.
“Marco Paulo, um homem sem idade que obrigava a minha avó a parar de fazer o que sempre fazia para o ouvir. O cantor de tantas mulheres que só o tinham a ele, o que não era de mais ninguém, só delas. Foi por tudo isto que o fui ouvir e aplaudir. Por ser do povo. Por se ter oferecido na totalidade. Por nos ter oferecido tudo o que tinha. E esse tudo não foi pouco“, conclui.
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Texto: Ana Rocio Fotos: Redes sociais