Caracterizada pela sua irreverência, Vânia Sá voltou a dar que falar na gala final do Desafio Final da Casa dos Segredos, da TVI, acabando por ser expulsa no final da primeira parte do programa. Tudo se deveu ao facto de a jovem ter exibido um vestido que continha o nome de diversas marcas de vestuário, incluindo a sua.

O convite para abandonar aconteceu momentos antes do arranque da segunda parte e por iniciativa de Cláudio Ramos, que não se inibiu de mencionar o sucedido já no ar. “A Vânia já foi à vida dela. Armou-se em esperta, lá foi ela”, atirou o apresentador em direto. E, de facto, Vânia Sá acabou por ser expulsa da gala final.

Em exclusivo à TV 7 Dias, Vânia Sá conta o que aconteceu. “Fui expulsa por causa da publicidade. Foram ter comigo e pediram-me. A produção pediu para eu vestir o robe, disseram que eu fiz aquilo para provocar, e não, eu fiz porque efetivamente eu fui pela publicidade. Eu disse que vestia, que estava tudo bem, que ia ficar lá, mas que ia ser mau era para a TVI, porque iam dar conta que eu vesti o robe obrigada”, começa por revelar a ex-concorrente do reality show. Até aqui tudo bem. No entanto, quando a produção se apercebeu que Vânia tinha cedido a tirar algumas imagens apenas com o vestido, não gostou e voltou a abordá-la.

“Chegaram ao pé de mim e pediram-me: ‘Olha, Vânia, desculpa, mas vais ter mesmo de abandonar’. Tudo certo, por mim ótimo, à meia-noite já estava em Paços de Ferreira. Foi a produção Endemol e a TVI. O Cláudio nem olhou mais para mim. Pode ter sido ele a mandar, não sei quem deu as ordens, quem se dirigiu a mim foi a produção”, assume Vânia, quando questionada se se apercebeu que foi o próprio Cláudio Ramos a pedir para que ela fosse expulsa da gala. “Eu não sei se o Cláudio realmente não gosta de mim ou se tem as orelhas quentes por causa da TVI, por causa da publicidade. Ele não é meu amigo para eu lhe ligar e perguntar. Calhou ele ter dito aquilo em direto, porque o Miguel foi falar de mim. Ele já estava atravessado, claro que ele não gosta que as coisas saiam do guião, compreendo perfeitamente… mas, lá está, podia ter-me expulsado logo no direto”, atira.

Revoltada com a expulsão da filha ficou Felicidade, que se viu também ela obrigada a abandonar os estúdios da Venda do Pinheiro. Logo que percebeu o que se estava a passar nos bastidores do intervalo, a também ex-concorrente de reality shows levantou-se da bancada onde estava sentada com amigos e abandonou a plateia, indo ao encontro da filha. “Ela foi expulsa, temos de ir embora, ela não pode estar cá com aquele vestido”, exclamou Felicidade enquanto descia a bancada. Já fora dos estúdios usaram as redes sociais para confirmar a expulsão e ainda com humor demonstrar tudo através de uma imagem onde surge Cláudio Ramos, na pele de árbitro, a exibir um cartão vermelho a Vânia Sá, que acaba por descrever o sucedido. “A minha mãe ficou à toa, porque não estava a contar. Foram lá e disseram: ‘Queremos falar aí com essa senhora’, como se a minha mãe não tivesse sido concorrente, porque foi. A minha mãe só estava a dizer que era uma vergonha estarem a expulsarem-me. Se sentiram aquilo, deviam ter-me expulsado no momento em que estava em direto. Não faz sentido esperarem pelo intervalo para depois me expulsarem como se nada fosse. Eu é que disse à minha mãe para se acalmar, não valia a pena. E eu disse ‘vocês estão a expulsar-me e quem vai ganhar sou eu’. E eles disseram que preferiam assim”, assume à TV 7 Dias.

“Não foi para provocar ninguém”

Vânia Sá garante que não levou o “vestido para provocar”, mas sim para fazer publicidade às suas empresas. “Quando eles me convidaram, sabiam perfeitamente que, neste momento, o facto de ir ficar presa, por um cachet que em nada se assemelha àquilo que eu ganho cá fora, tinha de ter vantagens para mim. Ontem deixei isso explícito. Não fui eu que pedi para ser concorrente. Aliás, quando me ligaram, eu perguntei se podia ser apenas convidada, porque sabia que independentemente de estar presa uma ou duas semanas ia ser um transtorno muito grande para mim, porque ninguém toma decisões por mim. Foi uma decisão muito ponderada. Eu fui só com base na publicidade”, explica, acrescentando que a gala final era o momento ideal para a estocada final. “A partir do momento em que há uma gala final, em que eu posso causar um impacto diferente, claro que vou aproveitar isso para marketing. Não foi para provocar ninguém, nunca pensei que me iam expulsar efetivamente. Até fiquei do género ‘isto não me está a acontecer’, mas depois pensei ‘ok, é bom para o marketing’. No meu contrato não está em lado nenhum que não posso fazer publicidade. Caso contrário, não tinha aceitado.”

Tudo isto acontece porque Vânia Sá já tinha sido avisada, quando ainda estava dentro da casa mais vigiada do País, para ser mais comedida na forma como fazia publicidade à sua loja. “Ressalvaram-me para eu ter atenção e para eu me resguardar um bocadinho, e eu fi-lo. Nunca mais lá dentro… Aliás, a publicidade até partia mais dos meus colegas do que de mim, porque eles já estavam tão habituados a ouvir-me que já não partia de mim. Foi a Voz que me avisou, fui chamada para ter atenção”, partilha, afirmando que compreende a situação. “Quando assinei o meu contrato, se lá estivesse que eu não podia fazer publicidade às minhas empresas, eu não tinha aceitado por dinheiro nenhum. Não vou dizer por quanto aceitei ir, porque está no meu contrato que não posso revelar. Claro que não fui pelo mesmo cachet deles.”

Para não incorrer em nenhum ‘crime’, Vânia Sá fez questão de mostrar o contrato a uma especialista de Direito. “Eu li o contrato, passei-o à minha advogada, porque tenho uma interna, e lá não está explícito em lado nenhum que não posso fazer publicidade, não há nada que me possam… Agora acredito que nos próximos contratos já esteja”, assume.
“Eu não gostei”

Cláudio Ramos, em conversa com os jornalistas, explicou tudo. “Sabemos que a publicidade em horário nobre é muito cara. Não achei muito bonito o que a Vânia fez hoje. Trazia o vestido cheio de marcas de roupa. Acho que é deselegante, não só comigo, que sempre a tratei muito bem, e é uma pessoa de quem gosto, uma jogadora e uma boa empreendedora. Acho que ela não precisa disto. Eu não gostei. Acho que é um desrespeito principalmente com a Endemol e acho que isso é um bocadinho feio, até porque ela já tinha sido alertada. Então, ou mudava de roupa ou saía”, sublinhou, sem papas na língua.

Ainda sobre o facto de também Catarina Esparteiro ter feito referência à sua empresa durante uma interação com Mickael Carreira, um dos convidados musicais da gala final, Cláudio Ramos explica que “é completamente diferente. Aliás, fui eu próprio que disse à Catarina para falar da limpeza. A Sandrina trouxe um vestido da Vânia, acho que as coisas podem ser todas feitas. Acho é que há um momento em que há uma linha que não se pode passar”, disse. “Não me faz diferença nenhuma que a Vânia seja uma provocadora. Eles podem fazer tudo o que entenderem, mas este é o meu espaço. Aqui, as pessoas comportam-se como acho que se devem comportar. Isto é um programa para as pessoas. As pessoas lá em casa merecem respeito. Temos de fazer as coisas com respeito. Não gosto que me faltem ao respeito, porque trato os concorrentes todos com o mesmo respeito, inclusive a Vânia, que é uma pessoa de quem gosto.”

Críticas à produção

Vânia Sá atira-se ainda à forma como os ex-concorrentes são tratados atualmente pela produção do reality show, comparativamente com outros tempos. “Nós, enquanto concorrentes, temos de nos vestir nas casas de banho comuns. Com as casas de banho todas sujas, somos não sei quantas concorrentes… não faz sentido nenhum o apoio que eles nos prestam. Ainda ontem [N.R.: domingo] havia imensa gente, por ser a final. Estava a chover e os nossos carros não podem sequer entrar. Todo o tratamento ao concorrente mudou, acho que eles se esquecem um bocadinho que quem dá o dinheiro à TVI acabam por ser os reality shows. Quem paga aquela tropa toda são os realities”, atira a ex-concorrente.

“A toda a hora reclamamos e o que nos respondem é que é assim. Que as normas eram assim. No meu tempo, eu tinha um camarim para mim. Eu não precisava de um para mim, mas ao menos um para todos, para deixar a roupa. Eu vou de fato-de-treino, visto a roupa, tenho de deixar tudo à toa, o carro fica longe. Fica com os seguranças, que nos fazem esse favor. Temos de nos maquilhar em casa, pentear… Antigamente, eu chegava lá e tinha atendimento VIP. Penteavam, maquilhavam, marcavam a hora de cada concorrente e tínhamos tudo. Agora cada um vai por si. Não sei há quanto tempo mudou; no meu último programa era assim, mas foi há sete anos”, remata a jovem.

Textos: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com) e Telma Santos (telma.santos@impala.pt); Fotos: Nuno Moreira e Reprodução Instagram