A OMS define atividade física como sendo qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requeiram gasto de energia. Como é facilmente dedutível, todas as tarefas do dia a dia que impliquem movimento representam, efetivamente, atividade física. A maior parte da prática laboral, o trabalho doméstico, passeios, jogos, dança, representam movimento e atividade, no entanto não representam prática de exercício físico.
O exercício físico, como subcategoria da atividade física, requere planeamento, estruturação, repetibilidade e objetividade com objetivos competitivos ou não. O exercício praticado com regularidade tem efetivamente benefícios cardiovasculares, respiratórios, endócrinos, músculoesqueléticos e metabólicos, de um modo geral. Esses benefícios afetam, por sua vez, a diminuição do risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e doença arterial coronária. Como benefícios adicionais salientamos a menor probabilidade de cancro do cólon e algumas formas de diabetes, bem como benefícios em termos psicológicos e sociais com repercussão na qualidade de vida.
No entanto existem diversos tipos de exercício físico com indicações e resultados específicos: exercícios de resistência aeróbica, também conhecidos por aeróbicos (que visam sobretudo o bem estar cardiovascular), exercícios de resistência muscular localizada (fortalecimento de uma região anatómica para melhor controle de certas tarefas), exercícios de flexibilidade (permitem alivio mecânico-postural-compressivo), exercícios de força (permitem controlar gestualidade e melhor desempenho no dia a dia) e, finalmente, exercícios de agilidade (com melhoria no equilíbrio, propriocetividade e função neuromuscular).
Crianças e adolescentes que praticam exercício adequado melhoram a perceção da sua competência, aprendem novas técnicas, divertem-se, fazem novos amigos e crescem de forma mais harmoniosa, quer física, quer psicologicamente. Os adultos, sobretudo os séniores, tem vantagens inerentes à melhoria da sua condição física, de prevenção de doenças, como a artrose, osteoporose e fibromialgia, bem como (através da capacidade de prevenção das quedas) diminuição do risco de fraturas.
Do ponto de vista psicológico e de tolerância à dor, o exercício aumenta o nível de endorfinas do corpo (substâncias que atuando no cérebro reduzem a dor e induzem à sensação de bem-estar) melhorando o humor e diminuindo os níveis de ansiedade e depressão.
Que todos reflitam sobre a importância da atividade física nos vários escalões etários pois nunca é tarde para começar! Escolham a atividade que vos agrade, mas mexam-se, pela vossa saúde! Teremos de denunciar e ajudar os casos de dores cervicais, sobretudo nos nossos jovens (pescoço tecnológico) que passam horas em flexão e contração persistente dos músculos para cervicais. O sedentarismo e a tecnologia invadem-nos e minam-nos com custos médicos, sociais e psicológicos crescentes que teremos de contrariar.
Todos somos responsáveis e a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) continuará a fazer o seu trabalho na divulgação da importância da atividade física, transversal, mas específica, ao longo da vida.
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