O ponto de partida do Passeio Verde desta semana, é na Barragem da Aguieira, em Mortágua, um extenso espelho de água repleto de recantos para descontrair, como ilhotas, aldeias ribeirinhas, enseadas e ancoradouros, ou de propostas de diversão e descoberta, desde passeios de barco a desportos náuticos, já que oferece condições únicas para a prática de modalidades como a vela, canoagem, remo e esqui aquático. Várias seleções internacionais escolhem as águas da Aguieira para estágios de competição. A pesca desportiva ou lúdica, o ciclismo e as caminhadas são outras possibilidades nas margens da albufeira, que integra a oferta turística do destino “Mondego-Bussaco”, que resulta da união dos municípios de Mealhada, Mortágua e Penacova. Desta forma unida, promovem dois dos principais pontos de interesse do território: a serra do Bussaco e o rio Mondego, que na barragem da Aguieira se une aos rios Criz e Dão.
A empresa 3 Rios (Tel. 914912837) organiza passeios de barco, cruzeiros para grupos e desportos náuticos na Barragem da Aguieira (preços sob consulta). As embarcações “Estrela do Mondego” e “Furão do Mondego”, que viaja entre as barragens da Aguieira e Raiva. O passeio pode ser complementado com a prática de canoagem, stand-up Paddle e gaivotas. Já o Montebelo Aguieira Lake Resort (Tel. 231927060), disponibiliza desportos náuticos e ancoradouro para hóspedes e passantes. Entre as atividades destacam-se o windsurf, stand-up paddle, esqui náutico ou vela, com aulas individuais ou em grupo, ou apenas aluguer de equipamento. Organizam ainda passeios de barco (€12,50) nos rios Dão e Mondego.
Pedalar nas margens do Mondego e do Dão
Na barragem da Aguieira cruza-se a Ecopista do Dão e a nova Ecovia do Mondego, para percorrer a pé ou de bicicleta. A Ecovia do Mondego, com cerca de 40 km, cria um percurso ciclável, desde o final da Ecopista do Dão em Santa Comba Dão até aos limites do concelho de Penacova, percorrendo ainda os concelhos de Mortágua e de Vila Nova de Poiares.
As regiões de Coimbra e Viseu criaram assim uma rede ciclável intermunicipal, que permite desfrutar das paisagens do vale do rio Mondego, ligando os concelhos de Santa Comba Dão e Mortágua, na região de Viseu Dão Lafões, e de Penacova e Vila Nova de Poiares, na região de Coimbra.
Ao longo do percurso, “que abraça o rio”, para percorrer preferencialmente de bicicleta, mas que também pode ser percorrido a pé, há muitos pontos de interesse que merecem descoberta. Ao percorrer a Ecovia do Mondego, no sentido de Coimbra para Viseu, em Ribeira D’Arcos, existe um percurso de 13 km de terra batida, onde o som da água é uma constante devido às várias quedas de água. Faz-se uma paragem no Louredo Natura Parque, na zona ribeirinha do rio Mondego, onde se localiza um centro de aventuras que permite a prática de desportos náuticos. Na margem esquerda do rio, em frente a Penacova, a Praia Fluvial do Reconquinho, dispõe de um bar, onde é servido peixe do rio, uma fluvioteca e garante animação durante a época balnear. A paragem seguinte é o miradouro da Livraria do Mondego, um monumento natural com mais de 400 milhões de anos.
Já a Ecopista do Dão, situada no antigo Ramal de Viseu (ex-Linha do Dão, desativada em 1988), atravessa os concelhos de Santa Comba Dão, Tondela e Viseu, e prolonga-se ao longo das margens dos rios Dão e Pavia. Na paisagem predominam os sobreiros, castanheiros, carvalhos, vinhas e campos cultivados, com vistas para as serras do Caramulo e da Estrela. É fácil de percorrer de bicicleta ou a pé, pois não tem subidas significativas e o pavimento, cimentado e pintado azul no concelho de Santa Comba Dão, verde em Tondela e vermelho em Viseu, é sempre bastante confortável. A Abelenda Bike Rental (Tel. 963444663), localizada perto do início da Ecopista do Dão, em Santa Comba Dão, aluga diferentes tipos de bicicletas (desde €12,50). Sugere ainda passeios associados a cada trecho do percurso, com propostas gastronómicas e culturais.
Pelos caminhos de Mortágua
Em Mortágua, território abençoado pela natureza, multiplicam-se os trilhos e caminhos para descobrir a pé. O “PR1 – Quedas de Água das Paredes”, um percurso linear de dificuldade média com 3,55 km (7,1 km ida e volta), é ideal para a época de outono e liga a ponte das Laceiras às Quedas de Água das Paredes. Acompanha as margens da Ribeira dos Moinhos e da Ribeira das Paredes, permitindo descobrir as ruínas de sete moinhos de água e vários açudes ou represas, que formam pequenas piscinas e cascatas. O “PR2 – Percurso Pedestre da Fraga”, também linear, é mais curto e mais fácil, com apenas 2,8 km (4,16 km ida e volta). Começa na Ponte de Vila Moinhos, segue a linha água da Ribeira da Fraga e termina no antigo paredão da Barragem do Lapão.
Para trajetos mais longos, sugere-se a “GR49 – Grande Rota do Bussaco”, um percurso linear, em forma de estrela, com um total de cerca de 56 km, que incorpora três ramais distintos e cujo epicentro é a Mata Nacional do Bussaco. Os ramais são constituídos pelos troços Mealhada - Bussaco, numa extensão de 12 km, Mortágua - Bussaco, com 22 km e Penacova - Bussaco, com 23 km. No troço Mortágua-Bussaco, que começa no Centro de Interpretação “Mortágua na Batalha do Bussaco”, o caminhante explora estradões e caminhos por onde passaram as tropas napoleónicas, que contam um pouco da história da III Invasão Francesa e da Batalha do Bussaco. O “Caminho Natural da Espiritualidade”, um percurso linear que liga Coimbra a Santa Comba Dão numa extensão de cerca de 67 km, com passagem por Coimbra, Penacova e Mortágua, é alternativa a considerar. Por aqui, faz-se uma viagem espiritual, com passagem por locais de culto e aldeias típicas, com o Caminho de Santiago Interior, como base e motivação.
Oásis natural com propósito social
No Parque Biológico da Serra da Lousã (Tel. 915361527), que guarda a maior amostra de fauna e flora selvagens e autóctones de Portugal, promove-se a preservação e inclusão, tanto ao nível da fauna e flora que aqui habitam, como também ao nível dos colaboradores, já que o trabalho e maneio dos animais é realizado por pessoas com deficiência e/ou com doença crónica, incluindo doentes mentais graves.
O parque, que ocupa uma área de 33.000 m² de Reserva Ecológica Nacional, resulta de um projeto de “Turismo com Propósito Social”, promovido pela Fundação ADFP – Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, que apoia e integra jovens e adultos com deficiência ou doença mental, pessoas em situação de pobreza, crianças, idosos, refugiados e pessoas sem-abrigo. Com este propósito social, nasceu o Parque Biológico da Serra da Lousã, na cordilheira da serra que lhe dá nome, visando o objetivo de privilegiar e ajudar na conservação das espécies que habitam ou habitaram o território português. Em visita ao parque é possível observar cerca de 375 animais, divididos em 68 espécies, como aves de rapina, um casal de ursos pardos (espécie já extinta em ambiente natural em Portugal), o lince, o lobo ibérico, a raposa, o javali, o veado, entre muitos outros.
No interior do parque encontra-se ainda o MuseuMuseu Espaço da Mente, o Museu da Tanoaria e o Museu de Artes e Ofícios Tradicionais e o Templo Ecuménico Universalista. Inclui ainda uma Quinta Pedagógica, um “museu vivo” das raças da agro-pastorícia tradicional portuguesa. Neste espaço encontram-se raças de vaca (Barrosã, Cachena, Marinhoa, Arouquesa e Minhota), cabra (Anã e Bravia), ovelha (Serra da Estrela, variedade branca e variedade preta), porco (Bísaro e Alentejano), mas também várias raças de galináceos, perú, porco-da-índia e coelho. Junto à Quinta Pedagógica encontra-se o Centro Hípico com picadeiro. Destaque ainda para o labirinto desenhado com árvores de fruto, que permite uma experiência sensorial única. O labirinto, com cerca de 1300 m², é mais aprazível na primavera e verão.
Na visita livre ao parque (€15), é possível adicionar outras atividades, como a Experiência Tratador, a equitação a cavalo ou pónei (€9,50) ou simplesmente comprar na bilheteira um saquinho de alimento para os animais (€2). Estão ainda disponíveis visitas guiadas para grupos até 15 pessoas. O parque implementou recentemente vários elementos inclusivos, como sinalética em braile e novos percursos que permitem o acesso a pessoas de mobilidade reduzida, e incentiva o voluntariado, o apadrinhamento de animais ou a colaboração com instituições de ensino.
Trail running e BTT em Miranda do Corvo
Miranda do Corvo é reconhecida para a prática de trail running e BTT. Prova disso é o Centro de Estágio de Trail Running e BTT de Vila Nova (junto a Miranda do Corvo) integra balneários, estação de serviço para bicicletas e instalações para estadia e treino, ajudando os atletas a ter a mais adequada preparação física. Para duas rodas, existem 14 percursos cicláveis, num total de cerca de 230 km, com quatro níveis de dificuldade, que permitem percorrer a quase totalidade do concelho. Enduro, downhill e XC, são vertentes do BTT que podem ser praticadas nestes trilhos.
Os quatro percursos de trail running sinalizados, com 90 km, apresentam diferentes níveis de dificuldade, e proporcionam a oportunidade de partir à descoberta do território do Xisto, da rede de castelos e muralhas do Mondego, enquanto se treina para o já famoso “Trail dos Abutres”.
Imperdíveis na serra da Lousã
Com o Açor e a Estrela, a serra da Lousã forma o mais imponente dos alinhamentos montanhosos de Portugal, a Cordilheira Central, que separam também as bacias hidrográficas do Mondego e do Tejo. A serra da Lousã abrange os concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo e Penela. No ponto mais elevado, no Alto do Trevim, a 1204 metros, encontra-se o famoso baloiço com vistas imperdíveis. É na serra da Lousã que se encontram quase metade das 27 aldeias da rede de Aldeias do Xisto: Aigra Nova, Aigra Velha, Candal, Casal de São Simão, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro, Comareira, Ferraria de São João, Gondramaz, Pena e Talasnal. São pequenas aldeias, onde predomina o xisto e o quartzito, que oferecem trilhos de descoberta em redor.
Em Gondramaz, no concelho de Miranda do Corvo, existem dois percursos: o “PR1 - Caminho do Xisto Acessível do Gondramaz”, e o “PR2 - Caminho do Xisto de Gondramaz - Nos passos do moleiro”, que liga a aldeia ao Parque de Merendas da Chapinha ou ao Espinho, podendo ser realizado nos dois sentidos.
Passeio Verde é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Kia Portugal, que semanalmente, ao longo do ano de 2024, vai dar a conhecer espaços naturais, experiências e atividades na natureza. O Passeio Verde foi realizado com o Kia Niro EV 100% elétrico, Carro Oficial Boa Cama Boa Mesa.
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver código de conduta), sem interferência externa.