Lá ganhámos aos turcos por 3 a 0, no futebol (que não deve passar de ser um desporto), gente inimiga da Cristandade e com os quais nunca nos demos bem e só por milagre nos iremos dar no futuro (geopoliticamente falando). Falou-se muito que haveria mais turcos a apoiar a equipa deles do que portugueses (dada a brutalidade do número de imigrantes turcos existente na Alemanha, fora os que já se tornaram alemães, de nome, e de que os teutónicos se hão de arrepender amargamente), face aos nossos.
Convém lembrar um episódio, até porque os portugueses só se lembram de cantar o Hino Nacional, nos jogos da Seleção - que para ser verdadeiramente nacional devia ter portugueses igualmente na equipa técnica, e não ter nacionalizados abusivamente, na equipa, para o efeito. Ei-lo: O Sultão de Cambaia e o turco Suleimão Paxá reuniram as suas forças e cercaram a fortaleza de Diu, em 1538, com um Exército de 23.000 homens e uma armada de 70 galés. A fortaleza era defendida por 600 portugueses. Por um prisioneiro português o turco escreveu uma carta ao comandante português capitão António da Silveira. Suleimão Paxá era um eunuco que, através de uma revolução palaciana e o levantamento de todos os eunucos, tinha conseguido degolar a família real, usurpando o Poder. Na carta, lida publicamente por António da Silveira, o comandante turco "prometia a livre saída de pessoas e bens desde que fossem para a costa do Malabar e entregassem as armas e a fortaleza". A alternativa era esfolar vivos todos os capturados, glorificando-se ainda de ter muita gente com ele que participara na tomada da Hungria, Belgrado e a ilha de Rhodes. E, no final, perguntava ainda ao português como "se iria defender num curral com tão pouco gado".
António da Silveira mandou vir papel e tinta e enviou a seguinte resposta: "Muito honrado capitão Paxá, bem vi as palavras da tua carta. Se em Rhodes tivessem estado os cavaleiros que estão aqui neste curral podes crer que não a terias tomado. Fica a saber que aqui estão portugueses acostumados a matar muitos mouros e têm por capitão António da Silveira, que tem um par de tomates mais fortes que as balas dos teus canhões e que todos os portugueses aqui os têm e não temem quem não os tenha!" No fim da contenda, que durou mais de um mês, o número de portugueses, capazes de lutar, estava reduzido a cerca de quarenta, mas causando tais baixas aos turcos que estes resolveram levantar o cerco a Diu e retirar-se (Gaspar Correia, "Crónica dos Feitos da Índia", vol. IV, pág. 34-36). (1)
Assim deve continuar a ser. O número nunca nos assustou e nunca combatemos, até hoje, em maioria (talvez e pontualmente - e mérito nosso - na conquista de Ceuta, em 1415.
Que a Seleção de futebol portuguesa, continue a manter o espírito, o moral e a garra, que nos vêm - ou vinham - de antanho! Ámen!
(1) As forças do Exército Português que se encontravam em Diu, em 18/12/1961, constituíam o “Agrupamento António da Silveira” e resistiram à afrontosa e ilegal invasão daquele pedaço de Portugal no Industão, naquela data. Ainda hoje o Exército indiano não revelou as baixas que lhe foram infligidas.
Oficial Piloto Aviador (Ref.)