Segundo dados da Eurostat, nos primeiros três meses de 2024, a taxa de poupança dos portugueses subiu de 6,6% para 8%, um aumento que reflete uma consciência crescente sobre a importância de poupar para garantir um futuro mais seguro e confortável ou, até mesmo, para cobrir alguma eventualidade, como precisar de fazer obras em casa.
E a verdade é que é muito comum as pessoas recorrerem a poupanças para pagar obras, o que foi confirmado pelo nosso mais recente estudo, “Obras em Casa”, realizado com a Spirituc, que inquiriu pessoas que realizaram obras nos últimos 18 meses e concluiu que gastaram, em média, doze mil euros, sendo que 83,7% recorreram exclusivamente às suas poupanças para realizarem estas obras, enquanto apenas 6,7% recorreram exclusivamente a financiamento bancário.
Ter poupanças para investir em melhorias ou na renovação da casa é o ideal, mas, ainda assim, é necessário termos um planeamento financeiro de forma a garantir que as obras não comprometem a nossa estabilidade financeira. Até porque, normalmente, acabamos sempre por gastar mais do que o que estava previsto: de acordo com o estudo “Obras em Casa” considerando o valor orçamentado e o valor final efetivamente gasto, houve uma derrapagem no valor das obras de 13,2%, o que equivale a cerca de mais 1.500€ do que o previsto.
Além da poupança, é importante explorar as várias opções de financiamento e de apoio disponíveis, ao nível do financiamento bancário, mas não só. Por exemplo, existem programas de apoio, como o Fundo Ambiental, com subsídios para quem deseja tornar a sua casa mais sustentável e eficiente a nível energético, permitindo aos proprietários poupar na fatura energética. E a verdade é que as pessoas conhecem esses programas (como afirmam 71,2% dos inquiridos do nosso estudo), mas apenas uma pequena parte se candidata (18,6% dos inquiridos), o que pode demonstrar a existências de reservas, falta de informação ou uma perceção de que o processo será demasiado complicado.
De qualquer forma, o investimento em obras de melhoria da casa, numa sociedade em que cada vez mais se valoriza a qualidade de vida e o bem-estar, é algo que pode fazer uma grande diferença em termos do dia a dia na casa, e consequente no estado de espírito de quem lá mora. Mas também, importa não esquecer, é uma forma de aumentar o valor da casa, o que no futuro, se se decidir vendê-la, pode fazer uma grande diferença.
João Paulino, Responsável de Sustentabilidade e Seguros da UCI Portugal